Cotidiano

Supostos servidores do Iteraima voltam a destruir barracos no Novo Planalto

A equipe levou um trator e documento com assinatura de Márcio Junqueira. Na região, moram cerca de 80 famílias que saíram da Terra Indígena Raposa Serra do Sol

Após 14 dias, uma suposta equipe do Iteraima (Instituto de Terras de Roraima) voltou para o assentamento rural Novo Planalto, próximo à região do Água Boa, para destruir novamente os barracos dos moradores. Na região, moram cerca de 80 famílias que saíram da Terra Indígena Raposa Serra do Sol.
Segundo relatos, a equipe, composta por três pessoas, chegou ontem no local. “Eles trouxeram um trator, se identificaram como servidores do Iteraima e apresentaram um documento com a assinatura do ex-presidente do órgão, Márcio Junqueira”, disse um morador que preferiu não se identificar. Revoltados, os moradores prenderam os supostos servidores.
 “Eles permanecem no local. Já acionamos a polícia”, disse o morador. A Folhaweb entrou em contato com o Iteraima, mas as ligações não foram atendidas.
CASO
No dia 15 de outubro, os moradores tiveram suas casas e barracos derrubados. A presidente da associação dos moradores do local registrou Boletim de Ocorrência (BO) contra o suposto autor da ação, o ex-procurador do Instituto de Terras de Roraima (Iteraima), Luiz Waldemar Albrecht. No documento ela ainda afirma que durante a ação foram levados todos os bens de dentro dos imóveis derrubados.
Ela cita que o ex-procurador do Iteraima, acompanhado de 45 homens, derrubou as casas e barracos que haviam sido edificados no Assentamento Rural Novo Planalto. Toda a ação foi presenciada por um dos moradores.
 “Levaram os bens dos imóveis derrubados dentre eles: botija de gás, um armário, uma gaiola para pesca, materiais de construção e utensílios domésticos. Foi tocado fogo em um dos barracos e o outro derrubado por um trator. Ele ainda informou que retornaria ao local para derrubar o restante das casas e barracos”, informa o BO.
A denunciante ainda procurou o Ministério Público do Estado de Roraima (MPRR) para informar a situação. A assessoria de comunicação do órgão fiscalizador informou que o órgão só poderá de manifestar após a investigação da Polícia Civil.
Colaborou Isaque Santiago