Cotidiano

Suspeita de microcefalia já chega a 13

Número de casos da doença cresce desde o início de janeiro, quando apenas um caso havia sido notificado

O último boletim divulgado pelo Ministério da Saúde, no sábado, 27, apontou o crescimento de casos suspeitos de microcefalia em Roraima relacionados ao zika vírus. O número de casos notificados da doença subiu de um para 13 nos dois primeiros meses do ano. Até o momento, nenhum registro foi confirmado.

Na Capital, o número de gestantes com suspeita de terem contraído o zika vírus também subiu de 70 para 85. As grávidas são acompanhadas pela Secretaria Municipal de Saúde, que oferece assistência para a realização de exames pré-natal e pós-parto. Nos casos que requerem cuidados especiais, a Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) também reforça o acompanhamento para atestar a saúde do bebê e da paciente.

Após serem enquadrados na definição de suspeitos, os materiais genéticos das mães e dos bebês são colhidos e enviados ao Instituto Evandro Chagas, em Belém (PA) para análise e confirmação. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), dos 13 casos suspeitos, oito foram notificados na Capital e os demais no interior do Estado.

Conforme o superintendente de vigilância em saúde do município, Emerson Capistrano, todos os casos suspeitos ainda estão em investigação. “A suspeição do caso de microcefalia é investigado com exames de imagens para saber se realmente se trata da doença. O outro exame é feito para saber realmente se os casos têm relação com o zika vírus”, disse.

Segundo ele, os exames realizados já foram cadastrados no Instituto Evandro Chagas, mas ainda não tiveram os resultados liberados. “Até agora não temos a confirmação de nenhum caso de microcefalia que tenha sido causado por zika vírus em Roraima”, afirmou.

O superintendente ressaltou que a Prefeitura tem realizado acompanhamento constante nas gestantes com suspeita de terem contraído zika vírus. “Foram oferecidas ultrassonografia durante a gestação, acompanhamento no pré-natal, inclusive temos notado que as gestantes estão fazendo as consultas regularmente, cumprindo o calendário de vacinação e mais atentas. Essa semana vamos fechar com a atenção básica a avaliação de todos os casos e ver quais serão os desfechos”, frisou.

Ele destacou que o combate ao mosquito transmissor do zika vírus, o Aedes aegypti, só será possível com a ajuda da população. “A Prefeitura vem fazendo trabalho de limpeza das ruas de forma eficiente e, mesmo diante das dificuldades, temos tido apoio com a atuação do Exército. A população tem que colaborar fazendo sua parte na eliminação dos criadouros, pois só assim poderemos vencer o mosquito”, disse. (L.G.C)

Como saber se está com zika vírus

Para a pessoa saber se está infectada pelo zika vírus é importante destacar que os sintomas normalmente surgem dez dias após a picada do mosquito Aedes aegypti (o mesmo transmissor da dengue e chikungunya). Inicialmente surgem febre acima de 38ºC e manchas vermelhas na pele do rosto. 

Após algumas horas, podem surgir: dor de cabeça constante; manchas vermelhas em outros locais do corpo, como braços, abdômen e pernas; vermelhidão e hipersensibilidade nos olhos; dor nas articulações, especialmente nas mãos e pés; dor nos músculos; cansaço excessivo; dor na barriga e náuseas; diarreia ou prisão de ventre.

Estes sinais geralmente duram até cinco dias e podem ser confundidos com os sintomas da gripe ou dengue, por isso é importante ir ao hospital quando surgem mais que dois dos sintomas para ser visto por um médico para diagnosticar o problema e iniciar o tratamento adequado.

CRIANÇAS – Quando o bebê está com zika pode ser um pouco mais complicado identificar os sintomas, por isso é necessário ficar atenta se o seu bebê chora muito, se fica inquieto, se a sua pele está vermelha, com manchas e se está com febre e olhos vermelhos. Se houver suspeita de zika, deve-se levar a criança para o pediatra para se certificar de que é esta doença e iniciar o tratamento.

TRATAMENTO – O tratamento para o zika vírus é o mesmo que o tratamento da dengue e deve ser orientado por um clínico geral ou infectologista. Normalmente é feito apenas com o controle dos sintomas, uma vez que não existe um antiviral específico para combater a infecção.

O tratamento pode ser feito apenas com repouso em casa durante cerca de sete dias e o uso de analgésicos e remédios para febre, como Paracetamol ou Dipirona, por exemplo, para aliviar os sintomas e acelerar a recuperação. Antialérgicos e anti-inflamatórios também podem ser indicados para controlar os sintomas.