A Polícia Civil começa a desvendar o assassinato da jovem Viviane da Silva Formoso, de 24 anos, sequestrada no dia 29 de agostoe morta no dia 30, cujo corpo foi encontrado no dia 31, na vicinal 34, na Zona Rural do Município de Rorainópolis. Ela teve 18 golpes de arma branca pelo corpo, tendo sofrido uma degola. Foi preso um suspeito e identificadas mais oito pessoas com participação no crime.
A investigação aponta que Viviane Formoso foi submetida ao tribunal do crime e morta em decorrência da guerra entre organizações criminosas.
As informações foram apresentadas na tarde de ontem durante entrevista coletiva na Cidade da Polícia, pelo delegado-geral Herbert de Amorim Cardoso e o diretor do DHPP (Departamento de Homicídio e Proteção a Pessoa), que está respondendo pelo DPJI (Departamento de Polícia Judiciária do Interior), Maurício Nentwig.
As ações no Sul do Estado foram desencadeadas pela operação “Aboiz”, que contou com equipes da Capital e do interior, com objetivo de cumprir inicialmente cinco mandados de prisão e dois de busca e apreensão.
“Cinco prisões foram deferidas e a operação prendeu uma pessoa que estava com mandado de prisão em aberto e as outras estão consideradas foragidas pela Polícia, inclusive uma que seria estrangeiro”, disse Nentwig. “Conseguimos localizar duas pessoas, que até então não sabíamos da participação delas no homicídio, e que acabaram confessando a morte”, afirmou.
O delegado Amorim explicou que a vítima foi convencida por uma amiga para ir ao local, mas que na verdade estava sendo levada para o cativeiro e submetida ao tribunal do crime organizado na guerra de facções e depois de tortura intensa ela foi morta e decapitada.
“Já temos pelo menos nove pessoas que já foram identificadas e estamos aprofundando as investigações. E certamente haverá outras pessoas e, se for o caso, vamos representar pelas prisões ou outras medidas que acharmos necessárias”, disse.
Ele citou que as ações aconteceram de forma integrada com a Polícia Militar e informações da Polícia Federal, mas as investigações não pararam.
“Mesmo com essa resposta de identificação, as investigações continuam no Sul do Estado”, afirmou. “Tem pessoas que têm participação direta no crime e outras que participam na colaboração, para que a execução ocorra, e estamos investigando outras participações”, disse.
A investigação para identificar os autores do crime foi presidida pela delegada de Rorainópolis, Suébia Cardoso, e contou com a participação dos delegados Cid Guimarães e Fernando Cruz. Suébia fez a representação pela prisão de nove pessoas e, segundo a Polícia Civil, a Justiça decretou a prisão de cinco: Talia Lima da Cunha, João Vítor Lopes, Samuel dos Santos Rodrigues, Guilherme Soares Izídio e Jesus Rael Fernandez Quintana.
Também foi decretada a busca domiciliar para a localização de aparelhos de telefone celular e eletrônicos de cinco dos investigados, caso estivessem portando os equipamentos no momento da abordagem. Ainda foi decretada a busca e apreensão de telefones celulares de mais dois dos investigados.
A ação desta quarta-feira foi coordenada pelo diretor do DPJI, Maurício Nentwig e teve a participação de policiais do município de São João da Baliza, do DOPES (Departamento de Operações Policiais), GRT (Grupo de Resposta Tática), DGH (Delegacia Geral de Homicídios), do GRI (Grupo de Resposta Imediata), Plantão Diferenciado e Policiais Militares.
OPERAÇÃO ABOIZ– Operação Aboiz, significa traição, cilada, emboscada. O nome remete a essa situação de traição, porque a vítima foi levada para o cativeiro pela própria amiga, com quem nutria um sentimento de confiança. (R.R)