Cotidiano

Suspensão de eletivas visa garantir situações de emergência

A decisão ocorreu após realização de plenárias de membros do Conselho Regional de Medicina de Roraima (CRM-RR)

O desabastecimento de medicamentos e a falta de material cirúrgico motivaram o Conselho Regional de Medicina de Roraima (CRM-RR) a impor uma nova interdição ética das cirurgias eletivas no Hospital Geral de Roraima (HGR) e no Hospital Materno Infantil Nossa Senhora de Nazareth (HMINSN).

Na manhã desta quinta-feira, 14, a presidente do órgão, Dra Rosa Leal, informou que a decisão foi tomada após a realização de uma plenária dos conselheiros. Dos 40 profissionais que fazem parte do grupo, 17 participaram da reunião e apenas um deles votou contra a interdição das eletivas nas duas unidades.

“Hoje, nós não temos como garantir que o material utilizado nos hospitais esteja esterilizado, em razão da falta de um controle biológico, e a quantidade de medicamentos existente essas unidades, se for utilizado em procedimentos eletivos, pode colocar em risco os atendimentos da emergência. É válido ressaltar que não queremos a interdição dos centros cirúrgicos, mas sim dos procedimentos eletivos. Se o médico avaliar que a questão é de emergência, e se houver o material para realizar a cirurgia, ele pode realizá-la”, disse.

A decisão do CRM ocorreu no mesmo dia da reunião surpresa realizada pela promotora de Defesa da Saúde do Ministério Público de Roraima (MPRR), Dra Jeanne Sampaio, sobre o andamento dos processos referente à aquisição de medicamentos e materiais básicos para as unidades de saúde do Estado.

“Os secretários de saúde nos informaram que realizaram uma compra emergencial, e que o prazo para que os materiais chegassem ao Estado é de 20 dias. Uma quantidade que, para nós, não duraria um mês. Por esse motivo que estamos impondo a interdição das eletivas, ou seja, com o intuito de preservar a população que necessidade de atendimento emergencial. Foram realizadas várias fiscalizações, e nós chegamos à conclusão que nenhuma das unidades tem condições de realizar cirurgias eletivas”, completou.

A interdição das eletivas nas unidades, segundo Rosa, iniciam a partir desta sexta-feira, 15. O órgão continuará fazendo o acompanhamento da situação até que o Estado dê as garantias de que resolveu a situação.

“Esse período depende muito de como haverá essa normalização. Inicialmente, a resolução determina prazo de 60 dias para que o órgão faça uma nova verificação, entretanto, como nos foi colocado um compromisso da Sesau em fazer o reabastecimento, nós vamos ficar fazendo fiscalizações frequentes e assim que houver a normalização, a gente reabre”, concluiu.

A matéria completa você confere na Folha Impressa desta sexta-feira, 15.