Cotidiano

Suspensão de queimadas em quatro municípios é mantida por Comitê

Calendário de queimadas controladas continuará suspenso somente para os municípios que estão sob situação de emergência

O Comitê de Queimadas realizou uma reunião no Comando-Geral do Corpo de Bombeiros, na manhã de ontem, para definir o calendário de queimadas nos quatro municípios que tiveram situação de emergência declarada pelo governo, ainda na primeira quinzena de fevereiro, em virtude da forte estiagem que assola o Estado. Foi decidido que os municípios de Alto Alegre, Mucajaí (ambos a Centro-Oeste do Estado), Amajari (Norte) e Iracema (Centro-Sul) continuam com as atividades de queima paralisadas até que o estudo sobre a situação destas localidades seja feito. Mas a queima controlada continua nos demais.
A Defesa Civil afirmou que o reforço do Corpo de Bombeiros do Amazonas e do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama) auxiliam na situação da estiagem e controle de possíveis focos de incêndios. Haverá outra reunião na próxima quinta-feira. A princípio, o comandante-geral do Corpo de Bombeiros, coronel Edivaldo Amaral, julgou que o calendário pudesse ser retomado para evitar prejudicar os produtores rurais daquelas regiões, mas o comitê deliberou, após discussões, manter a suspensão.
A Defesa Civil defendeu que as ações deveriam ser intensificadas de forma mais urgente para contar com os bombeiros amazonenses, pois não se sabe até quando o reforço estará disponível em Roraima. “O Amazonas enfrenta uma situação inversa à nossa, de extrema cheia de seus rios, o que também demanda atenção. Então, não sabemos até quando eles podem ficar aqui. Temos que aproveitar ao máximo a presença deles no Estado e iniciar os trabalhos”, frisou Amaral.
O secretário executivo da Defesa Civil, coronel Cleudiomar Ferreira, disse que é essencial a presença dos bombeiros do Estado vizinho, pois nesse período a tropa roraimense tem várias frentes de atuação no combate à estiagem. “Foram disponibilizados, pelo menos, 40 bombeiros para trabalhar com máquinas e retroescavadeiras. Temos a distribuição de água para as comunidades que o Corpo de Bombeiros está acompanhando com toda a logística de transporte”, disse.
Também existem as frentes de combate ao incêndio florestal e os serviços de combate ao incêndio urbano, além de vistorias, perícias e o serviço administrativo que não podem parar. “O efetivo amazonense é pequeno, de 46 homens, mas está somando e fazendo uma diferença considerável, principalmente no que diz respeito ao combate de focos de incêndio”.
ESTIAGEM – O comandante do Corpo de Bombeiros, Cláudio Amaral, comparou a atual situação de estiagem com a registrada em 1998, quando houve o maior incêndio da história de Roraima. “Estamos enfrentando uma situação de risco em relação à estiagem, mas não em relação às queimadas. Se elas forem realizadas de maneira adequada, como estão sendo, a situação poderá ser controlada”, disse.
O secretário executivo da Defesa Civil,  Cleudiomar Ferreira, informou que chuvas localizadas ajudaram no combate de alguns focos de incêndio no interior do Estado no fim de semana passado. “Estes incêndios foram apagados por nossas equipes, porém a chuva também nos ajudou. Acredito, com base nesta experiência, que já temos condições de liberar as queimadas, mas teremos outra reunião com as entidades para decidir em que datas estas atividades serão retomadas”, frisou.
O meteorologista da Fundação Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Femarh), Ramón Alves, disse que a previsão é de chuvas um pouco abaixo do normal para os próximos meses em Roraima. “Para o mês de março, a previsão é de que chova 50 milímetros. Serão chuvas de pouca intensidade. Em abril, porém, a quantidade aumenta para 120 milímetros”, disse.
CALENDÁRIO – O diretor de monitoramento e controle ambiental da Femarh, Mazenaldo Costa, afirmou que as atividades dos calendários de queimada controlada dos demais municípios que não estão em situação de emergência estão mantidos, inclusive os itinerantes, quando são realizadas viagens para regularização dos agricultores que desejam realizar a queima regular de seus lotes.
“É importante lembrar que apenas o produtor que esteja legalizado e que detenha a posse da terra pode fazer a queimada nos lugares fora de situação de emergência. Para isto, basta vir à Fundação, que também visitará os municípios nos dias específicos, que daremos toda informação para que ele possa estar regularizado”, ressaltou o diretor.