RODRIGO SANTANA
Editoria de cidades
Mesmo fora do Sistema Interligado Nacional (SIN), Roraima apresentou um aumento considerável no valor cobrado pelo consumo da energia elétrica, que pesou no bolso dos consumidores. Em 2018, o reajuste para o segmento residencial foi de 38,89% e para as indústrias chegou 37,03%.
Para 1° de novembro deste ano, a previsão é de mais um aumento, mas o percentual ainda não foi divulgado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). A agência informou que está trabalhando no cálculo do valor da nova tarifa, que segue a previsão do processo tarifário no contrato de concessão com a Roraima Energia.
“O reajuste está previsto no contrato de concessão das distribuidoras de energia e leva em conta custos com compra de energia, pagamento de encargos do setor e atualização do índice da inflação dos últimos 12 meses”, explicou.
Segundo a ANEEL, o reajuste de 2018, feito na tarifa de energia elétrica, se deu por conta de duas situações específicas. A primeira devido ao custo da aquisição de energia e a segunda em virtude do não reajuste integral em 2017.
“Esse item foi impactado pelo aumento do preço médio da energia no Ambiente de Contratação Regulada (ACRmédio), que precifica a aquisição de energia nos Sistemas Isolados. Vale lembrar também que o reajuste do processo tarifário do ano de 2017, não foi aplicado em sua totalidade”, informou.
Sobre o impacto do reajuste da tarifa de energia ocorrido em novembro de 2018, a ANEEL informou que, em 2017, o cálculo do reajuste tarifário da Boa Vista Energia resultou num índice inicial de 54% de aumento, mas que não foi aplicado em sua totalidade.
“Na ocasião, a diretoria colegiada da ANEEL, considerando o forte impacto econômico para os consumidores de Roraima, resolveu indeferir parte do reajuste, aplicando um índice de 35,26%. A diferença foi incorporado ao cálculo do ano seguinte. devidamente atualizado”, esclareceu.
A Folha procurou a Roraima Energia que informou em nota que aguarda o repasse do reajuste deste ano pela ANEEL, para então informar aos consumidores do estado. Informou ainda que o reajuste da tarifa está definido no Contrato de Concessão do Serviço Público de Distribuição de Energia Elétrica.
Consumidores temem valor do novo reajuste
Valor da fatura pesa no bolso dos consumidores, que reclamam (Foto: Arquivo)
Diante do futuro reajuste na tarifa de energia elétrica, muitos consumidores estão apreensivos. É o caso da dona de casa Maria de Lourdes Pimentel, moradora do bairro Caranã, que se queixou do valor pago atualmente.
“Desde o último reajuste que foi feito, eu senti que a energia ficou bem mais cara. Hoje eu pago o dobro do que eu consumia. Antes, eu pagava uma conta de R$ 250 e agora pago mais de R$ 500”, comparou.
Dona Maria lembra que, assim que o valor da conta aumentou, teve que tomar medidas drásticas para tentar diminuir o consumo e evitar pagar uma conta que, segundo ela, está a cada dia mais cara.
“Fiz o que estava ao meu alcance para conseguir reduzir o valor da conta, mas mesmo assim tenho pagado faturas caras, que pesam no meu bolso”, desabafou.
Quem também está apreensivo com o novo reajuste é Paulo Mesquita, do bairro Mecejana. O comerciante conta que devido ao alto valor cobrado, ele teve que fazer parcelamento de contas, até conseguir se adaptar à nova realidade.
“Foi muito difícil para pagar as faturas logo no início do reajuste, mas consegui efetuar o pagamento. Agora, estou pensando como irei fazer para arcar com as despesas para o próximo ano, depois desse reajuste”, questionou.