Cotidiano

Taxas de exportação e importação diminuíram no primeiro semestre

Crise econômica e greve dos caminhoneiros foram fatores que tiveram impacto nos resultados; expectativa é de melhora com exportação da soja

O salto de importações e exportações no primeiro semestre de 2018 ficou abaixo do esperado, conforme os dados da Superintendência da Zona Franca de Manaus em Roraima (Suframa-RR). Na porcentagem de exportações, somente o mês de fevereiro teve resultado superior ao mesmo mês do ano passado. Os demais ficaram no vermelho.

Em janeiro, a porcentagem dos valores arrecadados com a exportação foi negativa, com -14,62%. No mês seguinte, conseguiu recuperar e registrou 8,39% a mais do que em 2017, porém, a partir de março, a queda foi significativa e tendo o número menor a cada mês. O menor registro foi no mês de julho, com -91,04%.

Até o mês de agosto deste ano, a Suframa já calculou um valor total de US$ 15.319.426,00 de exportações. No ano anterior, no mesmo período, o valor foi de US$ 37.572.805,00 e durante todo o ano, o resultado foi de US$ 50.554.327,00.

Já em relação a importações em 2018, as porcentagens têm variação, com os dois primeiros meses com saldos positivos, sendo janeiro com o melhor resultado, de 321,51%, mas no mês de março foi registrado -28,16%. Abril e maio tiveram recuperação, mas os meses seguintes, até agosto, foram todos negativos.

Para o coordenador regional da Suframa/RR, Jandirocy Teixeira, alguns fatores resultaram nesta instabilidade, como crise econômica do país e a greve dos caminhoneiros em maio deste ano. “Deu uma retraída em praticamente todos os setores. O poder aquisitivo diminuiu. Depois da greve [dos caminhoneiros] isso tem se normalizado, mas afetou. Mas no acumulado, tá no positivo, porque caiu tanto uma quanto a outra, então a balança comercial está favorável”, disse.

Do quantitativo de notas fiscais ingressadas na Área de Livre Comércio de Boa Vista, houve uma redução de -6,11% de janeiro a agosto de 2018 em comparação ao ano passado. Em 2017, durante todo o ano, foram 244.813 notas fiscais. Neste ano, o número está concentrado em 148.658. O mês que mais teve redução de notas foi em abril, com menos 41,86%.

Contudo, o superintendente acredita que até o final do ano devem ocorrer melhorias na balança comercial, principalmente por conta da abertura da colheita da soja, iniciada no dia 1º de setembro. Além da soja, a Suframa também está com expectativa de melhoria no setor de construção civil, que é um dos principais para movimentar o comércio.

A Suframa não realiza um quantitativo exato de quais áreas são mais afetadas com esses números e nem quais os principais produtos que passam pela zona, mas faz um geral de mercadorias para comércio, roupas e materiais de construção como os principais objetos transportados.

PAÍSES – Uma pesquisa feita pela Suframa/RR mostrou que Roraima importa muito material da China. Os países que se destacam também, sempre seguidos do país chinês, são Vietnã, Venezuela, Tailândia e Indonésia. Roraima exporta principalmente para a Venezuela, seguido dos Países Baixos (Holanda) e Guiana. A França teve destaque nos meses de março e abril, mas sempre com valores a menos em comparação aos outros países.

Cadastro de empresas na Suframa é realizado pela internet

Para uma empresa realizar o cadastro na Suframa, é preciso procurar através do site da autarquia federal, onde será feito o protocolo com as informações referentes à empresa, como certidões e contratos. 

“Para fazer isso, paga uma taxa e depois que estiver disponibilizado, nós fazemos a análise do processo. Estando tudo pronto, é gerada uma inspeção na empresa e a partir daquele momento está credenciada a comprar com incentivos fiscais”, explicou o superintendente regional da Suframa em Roraima, Jandirocy Teixeira.

De acordo com Teixeira, o setor de comércio é o que mais procura a Suframa, já que a indústria ainda tem pouco impacto na economia de Roraima. A Superintendência tem em torno de 2.100 empresas ativas para fazer as compras na zona franca. Somente neste ano, já foram 200 empresas que realizaram o protocolo para cadastro.

O valor cobrado pelo cadastro, chamada de Taxa de Serviço, é de R$ 140,37 e o valor da atualização cadastral das empresas é de R$ 50. No momento do cadastro, se a empresa não for optante do Simples Nacional, toda compra que for feita, será cobrada a Taxa de Controle de Incentivos Fiscais (TCIF), e o valor é variado de acordo com o valor da compra feita pela empresa. (A.P.L)