Cerca de 1.200 trabalhadores, entre merendeiras, auxiliares de serviços gerais, assistentes de alunos e outras funções, que compõe o quadro profissional de técnicos educacionais da rede estadual de ensino decidiram deflagrar greve por tempo indeterminado. A medida passou a valer desde a última quinta-feira, 31, após a categoria entender que não houve respeito por parte do Governo do Estado em relação ao cumprimento de pontualidades firmadas em mesas de negociação.
De acordo com o diretor do Departamento Técnico Educacional do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Roraima (Sinter), Michel Nogueira, a principal reivindicação gira em torno da elaboração do Plano de Cargos, Carreira e Remuneração (PCCR) da categoria, que segue indefinido.
“Nós fizemos vários acordos que infelizmente seguiram indefinidos. Só para você ter uma ideia, na greve de 2012, ficou acordado junto ao Governo na época, que eles implantariam o plano para todos os profissionais da educação. No entanto, a nossa categoria acabou sendo a única a ser excluída”, afirmou.
Nogueira relatou que quando a nova gestão Estadual assumiu, em 2015, a categoria voltou a discutir o assunto para chegar a uma definição. Na época, tanto o Sinter quanto Governo foram unânimes na importância de montar uma comissão para definir o novo PCCR dos trabalhadores. A ideia era que o plano fosse encaminhado para Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR) até julho do ano passado.
“Quando realizamos a greve de março de 2015, o Governo do Estado se comprometeu, junto ao Sinter, a formar uma comissão para montar o novo PCCR, e essa comissão seria formada por três representantes do sindicato e três do Governo, com prazo de encaminhamento para o Legislativo até o dia 30 de julho. No entanto, o Governo nomeou a comissão com atraso, as discussões só iniciaram no dia 22 de junho e a Secretaria Estadual de Educação e Desporto (Seed) fez a proposta de encaminhar a proposta até o final daquele ano para a Assembleia”, relatou.
Até o momento, as unidades escolares seguem sua rotina sem muitos transtornos, já que muitas delas ainda se encontram em recesso escolar. Entretanto, o sindicalista ressaltou que enquanto não houver uma resposta por parte do Estado, as atividades continuarão suspensas.
“Nós não queremos que façam nenhuma alteração na proposta definitiva. Na época das negociações, nós já havíamos feito uma contraproposta de salário, porque a Seed tentou alterar, e a nossa defesa é que nós somos profissionais da educação e temos direitos a ganhar igual a nível médio de magistério. Só queremos que a governadora Suely Campos encaminhe o projeto para a Assembleia”, pontuou.
SEED – Por meio de nota, a Secretaria Estadual de Educação e Desportos (Seed) informou que alguns pontos das reivindicações exigidas pelos trabalhadores técnicos educacionais precisam ser ajustados e discutidos. Conforme o titular da pasta, Marcelo Campbell, o Governo do Estado está aberto ao diálogo com a categoria para debater todos os pontos. (M.L)