A vocação agrícola do Estado aos poucos está ganhando uma versão tecnológica que muda a paisagem no campo, aumenta a produção e melhora a genética de grãos. Já é possível ver hoje nos campos de Roraima grandes máquinas plantadeiras e colheitadeiras e o uso de tecnologia de correção de solo, só vistos antes nos grandes centros produtores do País.
O presidente da Associação dos Produtores Rurais de Roraima, Emílio Paludo, é um dos que já aderiu ao uso da tecnologia no campo e fala dos investimentos e benefícios que tem conseguido nos últimos anos. Para ele o retorno dos investimentos é garantido com aumento na produção. Paludo destacou ainda que a tecnologia veio para proteger mais o meio ambiente e dar mais segurança ao produtor.
“A tecnologia é um benefício sustentável e econômico e aliado o uso de máquinas, que se faz necessário por trazer mais rapidez na plantação e colheita. Por exemplo, temos uma máquina que planta 80 hectares de soja por dia e que custa, junto com o trator, um milhão de reais”, disse. “Mas também temos a Embrapa levando tecnologia aos pequenos produtores e para agricultura familiar”, disse. “Essa tecnologia não está só ao alcance do médio ou grande produtor, o pequeno produtor também recebe esse incentivo e isso tem trazido bons resultados para nossa agricultura”, disse.
A tecnologia de correção do solo foi destacada pelo produtor como o início de uma boa colheita e que já vêm sendo empregada por muitos produtores no Estado, inclusive pela agricultura familiar.
“Nosso solo é bastante arenoso e depois que começamos a fazer o perfil do solo, através de analises feitas em laboratórios que nos mostram onde temos que fazer a correção com calcário e a profundidade exata para um melhor aproveitamento e menos custos”, disse.
Citando como exemplo o fato de fazer, por muitos anos, a colocação do calcário com 15 a 20 cm de profundidade. “A análise mostrou que o calcário deveria ser mais profundo, com 35 cm de profundidade para que a planta crie mais raízes e quando houver um período mais extenso de sol possa conseguir água mais abaixo do solo”, disse. “Isso dobra a quantidade de calcário aplicado, mas diminui na reposição do produto”, justificou.
Outro ponto destacado é o uso da agricultura de precisão, que usa as análises de solo e faz uma distribuição de nutrientes. “É um procedimento que se torna caro por ter que se fazer cerca de 20 amostras por hectare, diferente do sistema convencional que era apenas uma amostra por hectare, mas nos dá uma visão de qualidade da amostra e fazemos a adubação com uso de máquinas através de GPS e conforme a necessidade do solo”, disse, informando que as analises são feitas num laboratório do Paraná e custam em média R$ 120 cada.
Ele citou ainda a plantação consorciada do milho e capim como uma aliada de redução de custos e de benefícios para a sustentabilidade.
“A mesma plantadeira que planta o milho faz a distribuição da semente do capim e quando for época de colher o milho vai ter o capim formado que suporta cinco bois por hectare e é uma ação de natureza sustentável, que não deixa a terra nua e produz material orgânico e que mantém o nutriente, o que é muito bom para a vida do solo”, disse. (R.R)