Tentativas de fraudes em compras pela internet aumentam em Roraima

O índice de tentativas de fraude em compras ilegais pela internet aumentou na região Norte durante o ano passado. Em 2013, o valor atingiu 5,71% na região, enquanto em 2014 a marca chegou a 6,48%. De cada R$ 100 movimentados no comércio eletrônico na região, R$ 6,48 são referentes a uma compra ilegal. A informação é do Mapa de Fraude no Brasil 2014, da ClearSale. A empresa, baseada em São Paulo, é especializada em soluções antifraude para transações comerciais de diversos segmentos do mercado eletrônico.
Roraima, que em 2013 apresentava índice 3,91%, atingiu a marca de 4,21% no ano passado. O crescimento mais expressivo entre os estados da região Norte é do Acre, que saiu de 4,32% em 2013 para 8,54%. Também tiveram aumento o Amapá, de 6,56% para 7,03%; Pará, de 5,60% para 6,17%; Rondônia, de 3,27% para 4,99%; e o Tocantins, de 7,03% para 8,06%. Em compensação, o Amazonas apresentou decréscimo entre os anos: saiu de 7,51% e fechou em 6,82%.
O gerente de inteligência estatística da ClearSale, Omar Jarouche, explicou que a empresa transaciona 80% de todo o valor de e-commerce (comércio eletrônico) na internet. “Nossos clientes são varejistas. Daí vem a informação. Na hora em que a compra é concluída por um consumidor, ela passa primeiro pela empresa. Fazemos a avaliação para saber se a compra é real e se foi feita pelo próprio dono do cartão de crédito. Com este ‘ok’, devolvemos a informação para o varejista. Depois do processo de pagamento, o produto segue para a logística de entrega”, disse Jarouche.
A verificação serve ainda para saber se o cliente não teve o cartão de crédito roubado. Se mesmo assim, houver alguma suspeita de dúvida, a empresa deriva o caso para uma análise manual. “Nossos analistas entram em contato com a pessoa que comprou para fazer algumas validações e confirmar”, afirmou o gerente de inteligência.
A empresa associa o aumento de índices de fraude com o crescimento do acesso à internet pela população. “Pode-se relacionar também o aumento da oferta de crédito por cartões e o crescimento de lojas online, principalmente em estados onde não eram tão comuns. Elas acabam virando alvo dos fraudadores”, esclareceu Jarouche. “Observamos ainda que os consumidores têm migrado da plataforma dos computadores para o uso de smartphones em compras, o que pode ser um facilitador”, completou.
Entre os segmentos com maior procura dos fraudadores na região Norte estão os aparelhos de telefonia celular, com 18,07%. Completam a lista móveis e itens para casa, com 15,49%; aparelhos e jogos de videogame, com 10,01%; eletroeletrônicos, com 8,99%; e produtos de informática, com 8,43%.
Omar Jarouche relatou que os fraudadores buscam setores onde possam conseguir produtos de maior liquidez. “Buscam dinheiro, basicamente. Fraudam produtos de alto valor, que possam revender com facilidade. Percebemos recentemente que o gênero de calçados também tem sido alvo”, disse.
Apesar das altas taxas de tentativas de fraude, os consumidores não devem temer as compras ao usar o e-commerce. Segundo o gerente de inteligência estatística da ClearSale, hoje existem soluções eficientes no mercado para barrar as ações dos fraudadores, e grande parte das lojas virtuais já adota sistemas de prevenção.
Ele apontou algumas dicas para o consumidor ajudar a conter as fraudes nas compras, levando em conta que muitos golpistas podem utilizar os dados pessoais do consumidor. Para evitar dores de cabeça, o comprador precisa estar sempre atento ao seu cartão de crédito. “Não emprestá-lo a ninguém. Sempre que fizer algum pagamento, ficar com o cartão a vista. É interessante estar atento aos sites onde se está colocando as informações pessoais. Basta verificar se a página é um lugar confiável e se não é uma cópia de algum site conhecido. São alguns cuidados simples que evitam um possível estresse para o consumidor”, concluiu. (J.P.P)