Cotidiano

Terceirizados do HGR paralisam serviços

Sem receber pagamento, funcionários de empresa contratada pela Sesau para fazer e servir refeições no HGR paralisaram

Mais de 20 funcionários contratados pela empresa terceirizada Thayty Indústria e Serviços, que produzem e servem as refeições no Hospital Geral de Roraima (HGR), estão paralisados desde ontem, meio-dia. Conforme disseram, há dois meses eles não recebem salários. “Nós resolvemos paralisar para chamar atenção e fazer com que eles paguem nossos salários”, afirmou um deles. São mais de 200 pacientes que deverão ser afetados.
Os funcionários, que servem seis refeições por dia para cada paciente, alegam que só irão retornar às atividades quando o pagamento for efetuado. “Nós avisamos a todos os pacientes que não serviríamos o almoço. Informamos que era melhor trazer comida de casa ou que pedisse para o acompanhante ir buscar na cozinha”, frisou outro trabalhador.
Conforme os funcionários, que pediram para não ser identificados, a paralisação só não aconteceu antes porque eles foram coagidos pelos representantes da empresa para continuarem trabalhando. “A mulher que os representa apareceu aqui, na semana passada, e disse que poderíamos parar de trabalhar que não tinha problema, que eles tinham mais de mil currículos lá e quem parasse iria para a rua. Mas nós cansamos e decidimos parar”, disse uma das trabalhadoras.
Eles relataram que todos os outros funcionários terceirizados do HGR estão recebendo normalmente. “A gente ficou sabendo que o governo já repassou esse dinheiro, mas só que a gente ainda não recebeu. Todas as outras empresas que prestam serviço para o HGR, exceto a gente, já receberam. Esse foi mais um motivo para nós pararmos”, frisou.
Conforme os funcionários, a empresa não se importa com os funcionários e nem com os pacientes. “Já falamos com a dona várias vezes e, quando avisamos que iríamos parar, Sabe o que eles falaram? ‘Sem problemas’. Isso mostra que eles não estão nem aí para ninguém”, destacou.
“Nós estamos paralisando, mas já sabemos qual será a consequência. Podemos até ir para rua, mas não queremos mais passar o ano novo, assim como foi no Natal, sem um real no bolso por um serviço que nós mesmos prestamos”, complementou a funcionária
THAYTY- O sócio administrador da empresa Thayty, André Viloria, disse que fez acordo para que os funcionários que servem almoço aos pacientes não parem de trabalhar. “Estou conversando com o governo para ver se tenho previsão de quando vai ser efetuado o pagamento das faturas atrasadas”, disse.
Ele admitiu que ainda não fez o pagamento dos funcionários relativo ao mês de novembro. “O governo deve faturas dos meses de novembro e dezembro de 2013, além de outubro e novembro deste ano. E já vai vencer a de dezembro de 2014, o que dá mais de R$3 milhões”, comentou.
SESAU –  A Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) informou, por meio de nota, que a gestão aguarda o repasse da terceira parcela do FPE (Fundo de Participação dos Estados), o que deve acontecer hoje, para poder liquidar as despesas.
“A Sesau está buscando maneiras alternativas para amenizar a situação, evitando transtornos maiores aos pacientes internados na unidade”, destacou a nota enviada à Folha. (JL)