Quando há um apagão na linha energética da Venezuela, os consumidores de energia em Roraima começam a enfrentar uma série de quedas de energia. Só esse ano, foram contabilizados 62 apagões, o dobro de 2017. De acordo com o presidente da Eletrobrás, Anselmo Brasil, as quedas de energia são decorrentes da falta de manutenção em cerca de 80km de linha na Venezuela, na região das Las Claritas.
“A maioria delas são ocasionadas por vegetação nas torres de transmissão, em dias de muitas ventanias, elas acabam se enraizando nas torres de transmissão. As quedas de energia que acontecem aqui, também ocorrem lá” explica.
Após a queda de energia, o Centro de Operação da Eletrobrás em Roraima, aciona as termelétricas. “A primeira é a do Monte Cristo, que é a maior usina e em cinco minutos já recompõe a primeira carga, que é aqui no Centro da cidade onde está a sede do Governo, bancos, escolas e hospitais. Essa região é atendida primeiramente pela legislação. Esse mês, a termelétrica distribui energia por oito horas seguidas, devido a um apagão venezuelano. O máximo em que ela ficou ligada durou cerca de 20 horas e ocorreu em março devido a uma árvore que caiu em lugar de difícil acesso. O consumidor não tem como perceber quando a energia vem da Venezuela ou da Termelétrica por que a energia retorna de forma gradual” explicou o presidente.
Segundo o presidente, as termelétricas têm funcionalidade para suprir a energia em Roraima por oito dias direto. A partir daí os caminhões começam a reabastecer os estoques de reserva.
“São 60 mil litros cada caminhão que é biarticulado, são dois tanques de 30 mil. A situação continua em regime de trabalho. Combustível chega, é transformado, gera energia. E assim podemos trabalhar tranquilamente de forma definitiva” relata.
A complicação vem na diferença dos valores da termelétrica da linha de Guri. Em uma operação normal, junto com a Venezuela, a Eletrobrás gasta em uma média anual cerca de 300 mil litros de óleo por dia, já a termelétrica usa cerca de 1 milhão de litros de diesel por dia.
Segundo o presidente, o desafio da empresa agora é a manutenção da linha de energia. “A Venezuela não tem a tecnologia e nem equipamento devido à crise para realizar essa manutenção. Tem todo uma tratativa para fazer a limpeza nas torres dessa região, estamos estimando que seja 80 km de linha que estão com esse problema. Dá para identificar as áreas que estão mais problemáticas e agir. Feito esse trabalho, nós vamos retornar uma situação de melhor qualidade nas quedas que hoje é o que está nos incomodando” explicou.