Cotidiano

Testes rápidos de gravidez já estão disponíveis em postos de saúde

Procedimento pode ser realizado em dez minutos e prevê o início imediato dos procedimentos de acompanhamento da gestante e da criança

Todos os 32 postos da rede municipal de saúde disponibilizam gratuitamente os testes rápidos de gravidez, informou a coordenadora do programa municipal de Atenção à Saúde da Mulher, a enfermeira obstetra Gabrielle Rodrigues, durante entrevista no domingo, 10, ao programa Agenda da Semana, da Rádio Folha 1020 AM. O serviço oferecido é conhecido como “teste rápido” por poder ser realizado em no máximo dez minutos e é uma forma de auxiliar na detecção precoce da gravidez.

Para a mulher que acredita na possibilidade de estar grávida e queira realizar o teste, a coordenadora informou que basta ir à recepção de qualquer uma das unidades de saúde municipais e fazer a solicitação. “Chegando ao local, a mulher será atendida por um profissional da saúde que esteja disponível, seja ele médico, enfermeiro ou farmacêutico, para colhimento de informações”, explicou a coordenadora.

Segundo Gabrielle, essa primeira etapa funciona como uma entrevista para que o profissional tenha a confirmação de que a mulher disposta a fazer o teste realmente tem a possibilidade de estar grávida, ou seja, as solicitantes serão questionadas sobre as recentes relações sexuais, métodos contraceptivos e possíveis primeiros sintomas.

Caso esteja apta, em seguida, o profissional deve informar à mulher os procedimentos para a realização do teste. De acordo com a enfermeira, será necessário o recolhimento da urina da paciente para a realização do procedimento, mas é a própria solicitante que escolhe o local onde o material será recolhido. “O teste pode ser feito tanto em casa quanto na unidade, mas aconselhamos que seja feito no próprio posto para que se tenha a oportunidade de iniciar o pré-natal o mais rápido possível em caso de gravidez”, esclareceu Gabrielle.

O profissional da saúde também buscará realizar orientações sobre planejamento familiar, doenças sexualmente transmissíveis (DST’s), como a sífilis, hepatite, o vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) e identificar a possibilidade de gestação por abuso sexual.

“Na hora da consulta, a gente também procura saber se a mulher está grávida por conta de uma gestação desejada ou indesejada, e caso seja comprovado o abuso, adotar as condutas necessárias”, disse.

VANTAGENS – A coordenadora acredita que a produção do teste rápido é de suma importância para que seja providenciada imediatamente as medidas de acompanhamento da gestante e da criança, como o pré-natal.

“Se a gestante iniciar o pré-natal antes das doze semanas, quer dizer, no início da gravidez, nos três primeiros meses da gestação, ela vai ser acompanhada por um profissional de saúde e poderemos verificar com os exames e avaliação se a gravidez é de risco”, afirmou Giselle.

A coordenadora também aproveitou para citar sobre os casos de bebês com microcefalia, possivelmente relacionados com o vírus Zika, e salientou que com a atuação inicial é possível fazer as orientações necessárias para a família.

Ademais, a enfermeira obstetra esclareceu que, além do acompanhamento do bebê, os médicos também poderão fazer a avaliação da própria gestante. “Além de tentar evitar o óbito fetal, temos a oportunidade de fazer o acompanhamento da mulher. Hoje a gente vê que a mortalidade materna no Brasil está aumentando, e com o teste de gravidez já é uma metodologia para diminuir esse número”, relatou.

TRANSMISSÃO DE DOENÇAS – Outro ponto importante citado pela coordenadora foi a importância da conscientização da sociedade quanto às doenças sexualmente transmissíveis.

A coordenadora acredita que, mesmo com as diversas campanhas de prevenção e acesso à informação, a sociedade está deixando de prevenir-se por acreditar que as doenças estão mais controladas.

“No Brasil, o número de infectados com o vírus HIV deu uma estabilizada, mas no Estado a quantidade de pessoas infectadas sofreu um aumento. Então, a gente precisa ter uma consciência de usar sempre o preservativo nas relações sexuais para diminuir o risco da infecção, considerando que a atividade sexual ainda é a maior forma de contaminação”, reforçou.

Para Gabrielle, além da saúde, a sociedade também precisa fazer o seu papel e trabalhar com a prevenção em seus ambientes familiares, principalmente com os seus filhos, no momento adequado.

“Por exemplo, ainda temos pais que não aceitam que a criança de nove anos tome a vacina contra o HPV (papilomavirus humano, normalmente associado com o desenvolvimento do câncer do colo de útero) por achar que é uma forma de incentivar a ter relação sexual, o que não é. Em casa, a gente tem que falar com os nossos filhos, lógico que de uma forma não precoce, mas que todos entendam e se previnam, para ter uma qualidade de vida melhor”, concluiu. (P.C)