Duas crianças Yanomami estão em processo de adoção. Os casos foram identificados pela Coordenadoria da Infância e Juventude do Tribunal de Justiça de Roraima (TJRR), após o Conselho Indígena de Roraima (CIR) relatar que meninas e meninos indígenas são entregues para adoção, depois dos pais perderem a guarda dos filhos.
Além dessas duas crianças, outras cinco estão em acolhimento institucional, conforme o Tribunal. O CIR afirma que os casos relatados ocorrem principalmente com os Yanomami do subgrupo Yawari, que ficam em situação de rua e vulnerabilidade quando visitam as sedes dos municípios.
“Os autos correm em segredo de justiça, motivo pelo qual não é possível o fornecimento de detalhes sobre as partes. Tão logo o levantamento esteja concluído, será remetido ao órgão solicitante”, detalhou o Tribunal em nota, que informou também não haver nenhum registro, denúncia, ou pedido de informação que apontem irregularidades em qualquer processo de adoção.
Assim como o Tribunal, o Conselho encaminhou o pedido de informações a outras 13 instituições publicas como o Ministério Público Federal, Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Tribunal de Justiça e órgãos da prefeitura de Boa Vista e governo do estado.
O governo do estado informou que no abrigo infantil há seis crianças Yanomami, com idades de 6 anos, 7 anos, 12 anos, 1 ano e 3 meses, 1 ano e um bebê de 6 meses. A Folha procurou a prefeitura de Boa Vista para saber se há alguma criança indígena em acolhimento pelo município e aguarda retorno.
O MPF afirma que recebeu a denúncia e analisará quais as medidas cabíveis. Mas, por enquanto, não possui mais informações sobre o tema. Já a Funai, informou que apura a informação.