Toxina de escorpião pode ajudar no tratamento de doenças crônicas

A substância tóxica é foco de estudos para tratamento de doenças crônica

Os escorpiões desempenham papel relevante no controle biológico de organismos problemáticos, como baratas e lacraias (Foto: Divulgaçao)
Os escorpiões desempenham papel relevante no controle biológico de organismos problemáticos, como baratas e lacraias (Foto: Divulgaçao)

O veneno do escorpião representa medo para muitos brasileiros, considerando que são registrados cerca de 200 mil acidentes envolvendo o animal no Brasil. No entanto, segundo especialistas da área da saúde, a substância tóxica é foco de estudos para tratamento de doenças crônicas e neurodegenerativas, a exemplo do Alzheimer.
Segundo Fabrício Escarlate, professor de Ciências Biológicas do Centro Universitário de Brasília (CEUB), os escorpiões desempenham papel relevante no controle biológico de organismos problemáticos, como baratas e lacraias. Com relação aos acidentes com humanos, ele esclarece que algumas toxinas não afetam o organismo da população.
“A picada do escorpião ocorre através do aguilhão, localizado na ponta da cauda, e a toxicidade da peçonha pode variar. Algumas espécies possuem toxinas extremamente reativas, causando lesões graves, enquanto outras não afetam os humanos”, informou.
No caso do escorpião-marrom (Tityus bahiensis), a peçonha (substância tóxica) é objeto de estudo em descobertas científicas. O especialista frisa que no Brasil, pesquisas sobre a composição bioquímica dessa peçonha são recentes e instituições como o Instituto Butantan investigam o potencial farmacológico e neurológico dessas toxinas: “A peçonha tem uma neurotoxicidade que pode ser explorada para desenvolver medicamentos e tratamentos para doenças como o Alzheimer”, declarou.

Saiba como evitar picadas de escorpião e o que fazer em caso de acidente

A forma mais eficaz de evitar picadas de escorpião, segundo o especialista, é manter o seu espaço higienizado. Escarlate explica que o aumento na oferta de recursos em áreas urbanas, como resíduos orgânicos e entulho, favorece a proliferação de escorpiões, especialmente o escorpião-amarelo, adaptado a esses ambientes.
“A limpeza desses locais é essencial para evitar a presença excessiva desses aracnídeos e reduzir os riscos de acidentes”, alerta.
As picadas de escorpião costumam causar dor intensa, vermelhidão, inchaço e coceira no local afetado. Em algumas pessoas, a dor pode ser insuportável, enquanto em outras é mais controlável.
O professor do CEUB alerta que, em casos graves, pode surgir febre e, em situações extremas, choque anafilático. A recomendação é procurar atendimento médico imediatamente após o acidente. Os soros antivenenos para picadas de animais peçonhentos são disponibilizados exclusivamente através do Sistema Único de Saúde (SUS).