Cotidiano

Trecho da BR-174 dentro da reserva indígena está tomado por atoleiros

Além dos buracos, galhos das árvores à margem da estrada complicam a vida dos caminhoneiros e provocam acidentes

O período chuvoso agravou as condições da BR-174 no trecho dentro da Terra Indígena Waimiri-Atroari, entre Roraima e Amazonas, no sul do Estado. Segundo os caminhoneiros e motoristas que transportam carga, a rodovia tem apresentado buracos e atoleiros, o que dificulta a trafegabilidade e danifica os veículos, causando prejuízos.

Conforme o presidente da Cooperativa dos Caminheiros Autônomos do Norte (Coopertan), João Batista, a rodovia chegou à atual situação devido ao descaso. “É uma situação quase de abandono. A pior parte é a que fica localizada em Roraima e, em algumas partes, bem poucas, no Estado do Amazonas”, frisou.

Segundo Batista, há pelo menos cinco anos a estrada só vem se deteriorando, sem perspectiva de melhora. “Há alguns anos colocaram um piche novo, mas isso sai com o tempo, a água leva embora”, disse ao complementar que está cansado de reclamar da situação e não ver nenhuma melhora. “Eu vejo muito blá-blá-blá, que vão tampar buraco, mas nada acontece”.

MANUTENÇÃO – Outro ponto citado pelos condutores é com relação às árvores na margem das estradas. O caminhoneiro Sebastião Lopes, que atua há cerca de 40 anos, disse à Folha que os motoristas precisam se adaptar para não serem prejudicados pelos galhos.

“Em alguns trechos não está acontecendo a podação. Isso está causando vários acidentes e as carretas tombando. O caminhão tem que ir no meio da rodovia, porque não dá para ir pelos lados por causa dos galhos. Se não for precavido e tiver que desviar muito rápido, tomba. A podação é o mais necessário. A parte de Manaus está boa, agora a parte de Roraima está precária”, relatou.

“Dizem que não podem mexer nas árvores por conta da reserva indígena, mas na parte do Amazonas é reparado. Por que não na parte de Roraima?”, questionou o caminhoneiro.

GOVENRO – Sobre as condições da BR-174, o Governo do Estado ressaltou que, por ser uma rodovia federal, a atuação é de responsabilidade do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT).

DNIT – A Folha entrou em contato com o superintendente do DNIT, Pedro Christ, por telefone e e-mail. Apesar dos contatos terem sido confirmados, não houve resposta até o fechamento desta matéria.

Situação do posto de Jundiá piora com inverno rigoroso

Além da situação da estrada, o presidente da Coopertan, João Batista, voltou a falar da situação do posto de fiscalização de Jundiá, no município de Rorainópolis, no sul do Estado, que piorou também devido às chuvas. “A gente pede que pelo amor de Deus, que a governadora faça algo em relação à estrada no Jundiá. Qualquer hora dessas vai tombar uma carreta na entrada ou na saída da balança. É uma vergonha”, reclamou. “Os caminhoneiros de fora, de outros estados, adentram em Roraima e veem uma buraqueira tão grande. A lama é no meio da canela”, acrescentou.

O presidente disse que o local também peca na falta de infraestrutura para os fiscais e aos caminhoneiros que fazem uso da balança do Jundiá, localizada no Posto de Fiscalização da Secretaria Estadual da Fazenda (Sefaz). “Faltam limpeza e manutenção nos locais. A gente sente pena dos fiscais que têm de ficar naquela situação. O espaço voltado para os caminhoneiros, que têm que esperar a liberação, é um absurdo”, criticou.

GOVERNO – Com relação à situação do Jundiá, a Secretaria Estadual de Infraestrutura (Seinf) voltou a afirmar que já foi licitada a recuperação e pavimentação asfáltica do pátio do Posto Fiscal do Jundiá, em Rorainópolis, com investimentos de R$ 1.450.297,23. “O Processo de Licitação já foi encerrado e tem empresa vencedora, restando agora, cumprir os prazos legais para que seja publicado no Diário Oficial. A previsão é de que a obra comece ainda neste mês de julho”, frisou.

A Seinf informou que está sendo feito o levantamento para a revitalização total do prédio do posto fiscal, incluindo sistema elétrico, hidráulico, rede lógica de transmissão de dados e telefonia, iluminação externa, construção de abrigo para geradores e poço artesiano. (P.C.)