Cotidiano

Três pessoas são indiciadas por morte de servidor do Ibama

O MPF pediu que os acusados respondam por homicídio "triplamente" qualificado e furto qualificado

O crime de um servidor e a tentativa de homicídio a outro colaborador do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), ocorridos há quase 10 anos, resultou na denúncia contra três pessoas pelo Ministério Público Federal em Roraima (MPF). Os acusados também foram denunciados por furto de embarcação e bens pertencentes ao órgão público.

O MPF pediu o julgamento dos acusados pelo Tribunal do Júri, para que respondam pelos crimes de homicídio “triplamente” qualificado e furto qualificado e em caso de condenação, as penas podem superar 70 anos de reclusão.

Os crimes aconteceram em 2006, quando a equipe do Ibama estava na região do baixo Rio Branco, em Caracaraí/RR, realizando atividade de inspeção em ninhos de tartarugas. Na época, o servidor José Santos Cruz, conhecido como “Pimenta” morreu e, segundo o MPF, os crimes tiveram motivação torpe (vingança).

Conforme o Ministério Público, o crime foi praticado de forma que impossibilitou a defesa das vítimas (emboscada) e ainda tinha o objetivo de assegurar a execução, a impunidade e a vantagem de outros crimes (caça ilegal de tartarugas).

ENTENDA O CASO
Um ano antes, um dos acusados foi flagrado por fiscais do Ibama e policiais militares quando praticava pesca ilegal de tartarugas. Na ocasião, o barco do acusado foi apreendido. Como forma de se vingar desse fato, o pescador, junto com outros comparsas, armaram uma emboscada para matar os servidores do Instituto.

Assim, quando a equipe do Ibama navegava na margem do rio verificando os ninhos, na altura do Tabuleiro de Santa Fé, foram surpreendidos pelos denunciados. Um deles estava armado com uma espingarda e, logo após avistar a equipe do Ibama, iniciou os disparos. Sem qualquer possibilidade de defesa, José Cruz foi alvejado com dois tiros, indo a óbito no local.

Outro servidor do Ibama também foi atingido por um tiro de raspão na região da bacia e um terceiro colaborador foi alvejado por diversos disparos, que causaram ferimentos na região do tórax, braço direito, tornozelos e coxas, deixando-o com sequelas permanentes. De acordo com o texto da denúncia, os quatro sobreviventes da equipe do Ibama “somente não foram mortos porque, logo após os disparos, mergulharam no rio e conseguiram fugir”.

Fonte: MPF