O dólar tem demonstrado uma queda considerável no mercado financeiro em relação ao início do ano. Em janeiro, a moeda estava valendo R$ 4,03 e ontem, 18, chegou a R$ 3,25, o que representa uma desvalorização de quase R$ 18%. No entanto, até o momento, a queda do dólar não tem influenciado na compra de pacotes de viagens internacionais.
Conforme a gerente de uma agência de viagens, Rhonda Carrington, a empresa ainda tem registrado uma redução na procura de viagens para outros países e, consequentemente, um aumento para destinos nacionais, como para São Paulo, com o intuito de fazer compras e em especial ao Nordeste do país, para cidades como João Pessoa, Fortaleza, Maceió e Natal.
“Toda vez que tem uma queda no dólar acontece uma procura maior, mas a moeda ainda está um pouco alta para os clientes que costumam viajar para o exterior”, afirmou. “Clientes que costumavam fazer uma viagem internacional quatro vezes ao ano agora não estão fazendo mais nenhuma e têm preferido viajar dentro do Brasil”, acrescentou.
De acordo com Rhonda, a preferência para esse tipo de viagem permanece somente no período de julho e dezembro, época das férias escolares, quando normalmente a família se planeja para conhecer os parques da Disney, em Orlando, nos Estados Unidos. “Fora isso, é quando tem promoção”, ressaltou.
Para o economista Raimundo Keler, contudo, a queda do dólar, ainda que pouca, já pode ser considerada um atrativo para investir em passagens e hospedagem para viagens internacionais. “Para quem pretende fazer as viagens internacionais, esse é um bom momento para a aquisição de passagens, fechar pacotes, comprar o dólar, até porque o Governo deve intervir no mercado”, afirmou.
Segundo Keler, a queda da moeda não é uma situação favorável para o Governo Federal, pois afeta o volume de exportações, que é o que tem mantido o país estável apesar da baixa arrecadação. “O Governo deve comprar o dólar no mercado e abocanhar uma grande quantidade da moeda que estiver disponível. Primeiro, para segurar a queda e depois para formar reserva cambial, ou seja, o próprio governo ter moeda estrangeira no Banco Central. Então é bom que, quem pretende viajar ao exterior, faça a aquisição de passagens, feche pacotes com hotéis, coisas assim”, acredita.
O economista disse ainda, que caso o impeachment da presidente Dilma Rousseff se concretize, a especulação é que o dólar caia ainda mais, possivelmente chegando a R$ 3 ou até R$ 2,98. “Até o final do mês existe a expectativa de que o dólar caia e a especulação é que com o impeachment, despenque mesmo. Ele caindo, é o melhor momento para quem pretende viajar”, disse. (P.C)
Dica para quem pensa em viajar para o exterior é planejar com antecedência
A jornalista e blogueira Raphaela Queiroz é apaixonada por viagens e já esteve em seis países distintos, entre eles França, Inglaterra, Portugal e Estados Unidos. Recentemente, a jornalista esteve inclusive renovando os votos de casamento com seu marido, João Bandeira, em Las Vegas.
Para ela, não existe destino que não possa ser atingido, tendo o turista somente que planejar com meses de antecedência e ter foco. “Todo mundo pode viajar. Vai depender do quanto pode juntar e do lugar, mas é um sonho possível”, acredita.
Raphaela disse que o turista deve ter atenção aos documentos necessários para viagens internacionais, como o visto e o passaporte e, atenção a seguros de saúde e, em se tratando de viagens onde a moeda é o dólar, a jornalista explica que é importante que a pessoa acompanhe as quedas da moeda e faça pequenas trocas de dinheiro, no período anterior à viagem. “O ideal é que a pessoa troque o real pelo dólar de vez em quando, do que comprar em cima da hora e de repente ter que pagar um custo maior”, revelou.
O graduado em Relações Internacionais, Thiago Guerra, também costuma fazer viagens para o exterior, tendo visitado mais de 15 países. A primeira viagem ocorreu em um intercâmbio para Nova Zelândia aos 19 anos e, desde então, ele tem recolhido dicas e aprendizados para curtir melhor as férias e evitar transtornos.
Para Guerra, o planejamento ainda é a melhor recomendação para o turista, principalmente o de primeira viagem. “Para uma viagem internacional, recomendo planejar com no mínimo seis meses de antecedência, assim pode-se buscar passagens e acomodação com calma, pegar dicas em blogs ou sites especializados, entre outros”, sugeriu.
Outro ponto levantado por Thiago Guerra é ter atenção quanto à situação do clima em que a cidade terá quando for visitada, levando em consideração os períodos de inverno e verão, que podem ser muito diferentes do que se é encontrado no país de origem.
“Além disso, optar por viajar nas chamadas meia-estação, primavera ou outono, costuma ser mais barato, mais tranquilo e com clima mais ameno, nem frio, nem quente. No verão, espere bastante turistas, preços elevados e calor. Já no inverno, custa bem menos, porém devido a uma menor demanda, muitos serviços acabam não sendo ofertados e, em alguns lugares, pode fazer muito frio”, avaliou.
O turista também deve levar em consideração os costumes locais e prestar atenção no que os moradores costumam fazer, além de manter os cuidados de segurança que já são aplicados no local onde mora. “Em tempos de internet, caso opte por utilizar agências online, sempre checar a autenticidade das mesmas e, durante a viagem, basta ter os mesmos cuidados que temos por aqui. Sempre andar com algum dinheiro e algum cartão de crédito em caso de emergências. Sempre prestar atenção às bolsas e malas e não fazer o que os moradores locais também não fariam”, finalizou. (P.C)