Cotidiano

UFRR fará corte de 25% no valor dos contratos para que serviços não parem

Com contingenciamento de recursos, a UFRR teve cortes de 60% em relação às despesas de manutenção e construção este ano

O Governo Federal contingenciou 40% dos recursos do orçamento de manutenção e 60% das despesas de construção da Universidade Federal de Roraima (UFRR) em maio deste ano, conforme divulgado pela Folha. Contudo, a instituição passou por outro contingenciamento de 20% em relação à manutenção. O reitor Jefferson Fernandes informou que será preciso realizar um corte de até 25% em cima dos contratos em execução para que a instituição chegue ao final do ano sem parar nenhum serviço.

Ele explicou que está estudando os contratos em execução para que, com o contingenciamento até setembro, não haja descontinuidade dos serviços até o final do ano, já que não haverá limite orçamentário para suportar. Ele deu um exemplo com a questão da segurança do campus: se hoje a UFRR possui 20 guardas, é possível que sejam pagos apenas cinco.

Do ano passado para cá, a UFRR passou por uma diminuição no orçamento que corresponde a cerca de 7%, o que impactou quase R$ 15 milhões. Este ano, apesar dos cortes não terem causado demissões, a instituição ficou impossibilitada de realizar novas construções que já estavam previstas, como a do Centro de Ciências Agrárias no campus Murupu, na zona rural, e de contratar novos servidores.

Fernandes destacou que desde o início da gestão possui um déficit de servidores. Para ele, seria necessário contratar cerca de 100 pessoas. Atualmente, são mais de 600 docentes efetivos e 86 substitutos, que possuem contrato de dois anos. Além disso, a UFRR conta com 347 técnicos administrativos efetivos, o que possibilita uma relação desigual entre técnico e docente.

Na relação técnico e aluno, ele explicou que o ideal seria contar com um técnico para cada 18 alunos. No entanto, a entidade conta com um ou dois técnicos para uma demanda de servidores administrativos e de alunos. Diante disso, o reitor apontou que a solução mais viável para o momento seria terceirizar os serviços, mas com o corte do orçamento não é possível.

O reitor disse que está aguardando até o final do mês de setembro para ter a nova previsão orçamentária. Mesmo assim, destacou que teve acesso a uma prévia e que é possível ter uma nova diminuição em torno de 6,8% ano que vem em relação ao orçamento deste ano. Para se preparar o reitor está buscando outras fontes de recurso para a UFRR. “É um desafio porque o governo não tem previsibilidade de disponibilização de recursos dentro do orçamento que temos”, disse.

OBRAS – Segundo Jefferson Fernandes, apenas duas obras estão em andamento no Campus Paricarana, uma próxima ao Centro Amazônico de Fronteiras (CAF), que não provém de recursos da instituição, e o novo castelo d’água, que está sendo construído perto do Colégio de Aplicação (CAp).

SENSIBILIZAÇÃO – Após o anúncio dos cortes, o reitor informou que tentará sensibilizar a Câmara Municipal de Boa Vista (CMBV) e parlamentares a fim de conseguir ajuda para manter as despesas. Quase quatro meses depois, ele informou que obteve sucesso em alguns casos. Na quarta-feira, 16, ele conseguiu que um senador destravasse uma emenda de R$ 500 mil referente à compra de equipamentos de tecnologia e informática. A emenda foi executada em fevereiro e não podia ser paga, uma vez que o financeiro não havia sido liberado.

Além disso, conseguiu sensibilizar o Ministério da Educação e Desporto (MEC), por meio da bancada federal, para que a UFRR não obedeça ao percentual de contingenciamento. “Se eles liberarem para as universidades do país 50% do que está liquidado do sistema, que são todas as despesas, eles conseguiriam que a UFRR recebesse 52%”, ressaltou. Apesar disso, o reitor afirmou que está tentando emplacar outras emendas no orçamento para o ano que vem. (A.G.G)