AYAN ARIEL
Editoria de Cidades
Com o objetivo de discutir as ações realizadas dentro do contexto do fluxo migratório venezuelano no Brasil, acontece até esta quinta-feira (31), no auditório do Programa de Pós-graduação em Recursos Naturais da Universidade Federal de Roraima, o workshop internacional Crise Migratória em Roraima: Água, Higiene e Saneamento (WASH na sigla em inglês).
A organização prevê a participação de 200 representantes de 36 instituições que atuam diretamente com a crise migratória venezuelana nas áreas norteadoras da discussão, para apresentar as ações de WASH realizadas por essas filantropas no Estado, além de discutir técnicas e alternativas que podem ser implementadas e aprimoradas na área dentro do contexto de fluxo migratório.
Integrante da comissão organizadora do evento, Luana Mesquita, bióloga da Superintendência Estadual da Funasa (Suest-RR) falou a nossa equipe da importância no momento atual vivido no estado.
“Quando pensamos em soluções para a área de água e saneamento, estamos pensando em prevenção. Todas as ações voltadas para esses tópicos são muito importantes, pois elas reduzem os índices de doença e com isso, você tem unidades de saúde menos sobrecarregadas”, analisou a bióloga.
Luana também pontuou o trabalho feito nas frentes dentro dos abrigos e com imigrantes em situações de ocupação espontânea ou de rua, voltado para melhorias sanitárias, orientação de lavagem de mão e comportamentos que possam ocasionar contaminação.
“Como a Funasa é um órgão que não faz execução direta, ela faz articulações com as instituições nessas áreas. Então ela orienta da nossa sede local, onde temos muito conhecido do Estado e organiza com essas entidades a situação”, explicou Luana.
PAPEL DAS ORGANIZAÇÕES – Para uma ação concreta dentro dessa temática, as entidades participantes têm feito, dentro do possível, o seu papel. Delmo Vilela, especialista em água, saneamento e higiene da Unicef, nos contou que a organização é responsável pela coordenação e realização de ações específicas de água, saneamento e higiene já atuantes, sejam elas do governo ou agências e organizações não-governamentais.
“No contexto atual de aumento populacional em função de uma crise humanitária que está acontecendo na Venezuela, as políticas para essa temática precisam ser repensadas para justamente cobrir essa demanda nova que está acontecendo. Por isso, é necessário um evento como esse”, acredita Vilela.
Em nível local, a importância da Caer é ainda maior, já que ela é a responsável pela distribuição de água e esgoto de toda a capital e, consequentemente, para os abrigos e, indiretamente, aos locais de ocupação espontânea. Airlene Carvalho, chefe do núcleo de meio ambiente da distribuidora, comentou sobre essa importância.
“A gente precisa manter a regularidade da distribuição e não prevíamos o aumento da população, então é importante, mais do que tudo, a sensibilização para que haja um uso correto da água por parte dessas pessoas”, finalizou Airlene.
O encontro é capitaneado pela Fundação Nacional de Saúde (Funasa), junto com a Organização Pan-americana de Saúde (Opas), e tem como parceiras a Universidade Federal de Roraima (UFRR), Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), Prefeitura de Boa Vista, Companhia de Águas e Esgotos de Roraima (Caer), Engenheiros sem Fronteiras, Cáritas, Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai-RR), além de outras entidades parceiras.