Cotidiano

Uiramutã sofre com falta de água potável

Além dos problemas na captação e tratamento da água, morador reclama da prestação de serviços de saúde

Inconformado com os problemas existentes no Município de Uiramutã, distante a 279 quilômetros da Capital, Nordeste do Estado, um morador entrou em contato com a Folha, na manhã de ontem, para falar sobre o estado de abandono que a localidade vem enfrentando.
Conforme o morador, nos últimos anos a população do município vem sofrendo uma série de limitações, em grande parte ocasionada pela falta de investimentos em infraestrutura. “A sede do Uiramutã hoje está em completo estado de abandono. Estamos esquecidos tanto pelo governo quanto pela prefeitura”, afirmou. Entre os problemas mais graves, ele cita a falta de água na sede.
Segundo ele, além da constante falta de água nas casas, a qualidade não é confiável, visto a grande quantidade de esgotos a céu aberto. “Temos aqui um problema crônico em relação à questão da distribuição de água. Além de muitas casas passarem dias sem, a qualidade da água oferecida à população não é como deveria ser, pois existem muitos esgotos a céu aberto. Entra ano e sai ano, a situação permanece a mesma”, frisou.
Outro problema citado pelo morador é em relação à aplicação dos recursos na área de saúde. Segundo ele, a Prefeitura não aplica as verbas que são repassadas para sanar a problemática do local. “A Zoonose não faz a vacinação da população animal faz muito tempo. As pessoas que são mordidas por animais precisam ir para a Capital para não serem infectadas. Na unidade mista de saúde do município, falta cadeira para os pacientes esperarem atendimento, e a resposta da prefeitura é sempre a de que não tem dinheiro. Mas a gente sabe que vem verba para isso, mas não é aplicada como deve ser”, pontuou.
FISCALIZAÇÃO – Recentemente, o município foi contemplado a receber visita do Programa de Fiscalização por Sorteio, da Controladoria-Geral da União (CGU). Criada pelo Governo Federal em abril de 2003, a ação tem por objetivo inibir a corrupção entre os gestores das esferas administrativas. O morador denuncia que o Executivo local estaria fazendo uma força tarefa para maquiar obras que se encontram paradas há pelo menos sete anos.
“Eles estão fazendo uma reforma superficial nas unidades de saúde apenas para enganar os auditores da CGU, para dizer que estão trabalhando. Eles estão amedrontados a tal ponto que retomaram a construção da quadra de uma escola municipal após mais de quatro anos paradas. Uma unidade móvel do Brasil Sorridente está parada, sem funcionar, porque simplesmente não querem”, frisou.
“Eu sou roraimense e estou cansado de tamanha impunidade e descaso das nossas autoridades com o povo. Eles não se importam com a qualidade de vida, em fazer algo para melhorar o desenvolvimento do nosso município. Nós que moramos em Uiramutã pedimos respeito”, complementou o morador.
SECOM – Em nota, a Secretaria de Comunicação do Governo do Estado (Secom) informou que a água que abastece Uiramutã é proveniente das estruturas rochosas das serras que cercam a cidade, canalizada pela Companhia de Águas e Esgotos de Roraima (Caer), que disponibiliza para a população local.
Conforme o governo, o problema é decorrente da forte estiagem. Com a baixa pressão d’água, aliada ao aumento do consumo pelo forte calor, o resultado é a falta ocasional de água nas residências. “O presidente da Caer, Danque Esbell, informou que a empresa vai enviar uma equipe para analisar a situação e equacionar quaisquer problemas que a população daquele município esteja enfrentando”, frisou.
PREFEITURA – A Folha tentou contato com a Prefeitura do Município de Uiramutã. Em um dos telefonemas, a secretária do prefeito Eliésio Cavalcante (PT) disse que retornaria a ligação, mas até o fechamento desta matéria, às 19 horas, não houve resposta.