Universidade Federal busca fortalecer a internacionalização do ensino

A Universidade Federal de Roraima (UFRR) recebeu, nas últimas semanas, 44 alunos intercambistas de várias nacionalidades que já estão estudando na instituição. Os novos acadêmicos se somam aos 24 estudantes intercambistas que já frequentam aulas na universidade, totalizando 68 acadêmicos estrangeiros. Somente na graduação, há 45 alunos de 15 países. Na pós-graduação, estão inscritos alunos de dez países diferentes.
Desde 2012, a UFRR vem fortalecendo o processo de internacionalização educacional. É o que explicou à Folha o coordenador de Relações Internacionais (CRINT) da universidade, professor Alberto Castro. “São várias frentes de ação. A mobilidade de estudantes é uma delas. Nossos alunos podem ir para uma universidade no exterior e nós recebemos alunos de outros países na nossa instituição”, contou.
Conforme o professor, o número de estudantes estrangeiros na Universidade Federal aumentou significativamente este ano. Existem alunos provenientes de 18 diferentes nacionalidades na instituição. “Temos estudantes de países da África, América Latina, Caribe e América do Norte, além da Espanha”, explicou. 
Uma das metas da UFRR, segundo Castro, é ampliar ainda mais a internacionalização dos estudos. “Num prazo relativamente curto de tempo, temos as perspectivas de que 10% dos estudantes da UFRR sejam estrangeiros. Hoje, a UFRR tem cerca de 8.000 estudantes. Vislumbramos 800 estudantes estrangeiros na universidade dando este caráter internacional e globalizado na nossa instituição”, afirmou.
PROGRAMAS – Há diversos programas que proporcionam a vinda destes estudantes. Um deles, com maioria do alunado atual, é capitaneado pelo Ministério da Educação (MEC) e o Itamaraty (Ministério de Relações Exteriores) e chama-se “Programa de Estudantes – Convênio de Graduação” (PEC-G). Estudantes de países com os quais o Brasil mantém relações de parceria podem se inscrever nas embaixadas do País para cursar graduações mediante vagas extras que a UFRR disponha.
Já o Programa de Alianças para a Educação e Capacitação (PAEC) trouxe à UFRR 12 alunos neste semestre, todos vindos de países da América Latina e Caribe. O programa é realizado em conjunto com a Organização dos Estados Americanos (OEA) e o Grupo Coimbra de Universidades Brasileiras (GCUB), do qual a UFRR faz parte. “Eles são selecionados por nossos programas de pós-graduação. A concorrência é muito grande e eles passam a receber uma bolsa da UFRR, realizando todo o curso aqui”, disse Alberto Castro.
IDIOMA – No entanto, muitos dos alunos não têm domínio do português. Para entrar efetivamente no curso de graduação, alguns alunos precisam fazer um curso de português, oferecido pela própria universidade. Depois o acadêmico presta o exame Celpe-Bras, que comprova a proficiência da língua portuguesa. “Se aprovados neste exame, eles já têm uma vaga garantida na nossa universidade”, explicou.
De acordo com o coordenador do CRINT, é interessante receber os alunos aqui, pois eles têm dedicação exclusiva aos seus cursos e a possibilidade de troca cultural. “São estudantes de diferentes partes do mundo que somam com nossos acadêmicos. Nisso, você tem uma troca cultural de idiomas e experiências. Criamos pontes, vínculos em curto, médio e longo prazos. Num mundo mais globalizado, essa rede formadora é muito importante, e a UFRR passa a fazer parte disto”, afirmou Alberto Castro.
Segundo o professor, a taxa de desistência dos programas é nula. “Tampouco registramos reprovações”, ressaltou. A universidade se encarrega do contato com os alunos antes e após a chegada deles a Roraima. “Existe o Programa de Apadrinhamento de Estudantes Estrangeiros (PAEE), onde identificamos estudantes e servidores que tinham a disponibilidade de acolher estes estudantes de fora”, afirmou o professor.
Os novos alunos têm orientação sobre a cidade, a universidade, transportes, câmbio monetário e alimentação. “É fundamental o estudante ter este suporte para sua adaptação e acompanhamento das atividades do dia a dia da instituição”, contou. (JPP)