A usina termoelétrica movida a biocombustível da Palmaplan Energia, empresa do Grupo Oleoplan, deve entrar em operação em fevereiro de 2022, com uma produção suficiente para atender 35 mil famílias. A empresa está instalada em Rorainópolis, e utiliza o óleo de palma (dendê) em sua produção.
O assunto foi tema de entrevista no programa Agenda da Semana deste domingo (4), pela Rádio Folha 100.3, com apresentação do economista Getúlio Cruz. Ele entrevistou o gerente de produção da empresa, Leonardo Mailan.
A empresa já investiu mais de R$100 milhões no Estado. “As demais unidades do grupo trabalham com óleo de soja, mas o sul de Roraima é favorável para a cadeira produtiva da palma de óleo [dendezeiros]. O grupo se estabeleceu aqui pelo fator climático, por acreditar no Estado e pelo apoio dado pelo governo”, informou o gerente.
A empresa foi uma das vencedoras do 1º Leilão de Energia do Sistema Isolado de Roraima e deve gerar 10,976 megawatts de energia. Mailan explicou que as obras da usina estão em ritmo adiantado. Nesta semana, a empresa recebeu os conjuntos de geração vindos da Finlândia e recebidos no Porto de Caracaraí. A montagem deve iniciar em agosto.
Produção de óleo
O grupo é um dos maiores produtores de biodiesel do país, e está presente no Estado há 13 anos. A empresa investiu na plantação de palma de dendê na Vila do Equador, em Rorainópolis sul do estado. São 2 mil hectares próprios – com previsão de expansão – além da parceria com agricultores familiares da região, que produzem e vendem os cachos de dendê para a empresa, aumentando a produção em mais 400 hectares.
Enquanto a usina não fica pronta, as cerca de 25 toneladas de óleo extraídas por dia são comercializados na Bahia. Assim que a usina estiver apta, este óleo será usado produção de energia elétrica. “Temos mais de 200 colaboradores, todos da vila Equador, treinados pela empresa, além de 50 famílias e fornecedores de insumo, e o comércio local, que acaba se beneficiando”, disse sobre a geração de emprego e renda a região.
Resíduos
Durante a entrevista, o economista Getúlio Cruz pontuou que a iniciativa demonstra que não há necessidade de novos desmatamentos na Amazônia para desenvolver a região, considerando empreendimentos como este, que se utilizou de áreas de pastagem, que já eram desmatadas.
O secretário estadual de Agricultura, Aluísio Nascimento, explicou que já há um entendimento entre o Governo do Estado e a empresa, para que os resíduos desta produção de óleo, que podem ser empregados na ração animal, beneficie a agricultura familiar da região, inclusive a indígena, a um custo mais baixo. “O governador [Antonio Denarium] pediu para a empresa se instalar em Rorainópolis, justamente para dar uma segurança energética para o sul do Estado”, disse.
Somando os 10 megawatts a serem produzidos pela Palmaplan, e mais 25 megawatts pela empresa Brasil Biofuels, em São João da Baliza, serão 35 megawatts somente a partir do dendê na região.