A combinação entre álcool e direção ao volante é o maior fator de acidentes em Boa Vista, conforme dados a Superintendência Municipal de Trânsito (SMTran) da capital. A constatação foi repassada à FolhaBV após uma série de acidentes ocorridos no último fim de semana em ruas e avenidas da capital.
“O álcool por si só não causa acidentes, mas é um fator de risco que colabora muito para que isso ocorra. Nas ações educativas que fazemos em balneários, conseguimos identificar que 90% dos motoristas estão alcoolizados”, explica Ney Brito, da Divisão de Prevenção e Educação para o Trânsito da SMTran.
No último fim de semana, por pelo menos três acidentes graves de trânsito foram registrados em Boa Vista. O primeiro foi registrado na sexta-feira (31) no cruzamento da Avenida Nazaré Filgueiras com a rua Nivaldo da Conceição Gutierrez, no bairro Pintolândia, na zona Oeste de Boa Vista. Após um veículo avançar a preferencial e atingir uma picape.
Já o segundo acidente, foi na madrugada do último sábado (1°), no bairro Caçari. Um veículo que trafegava na contramão acabou atingido frontalmente por uma motocicleta. O motorista fugiu sem prestar socorro ao motociclista de 19 anos, que após receber atendimento do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) no local do acidente, foi levado para o Hospital Geral de Roraima (HGR).
O terceiro acidente, foi registrado, ainda, no sábado, pela manhã, no bairro Nova Canaã. O condutor de uma motocicleta, de 23 anos desobedeceu o sinal vermelho do semáforo e atingiu um motociclista de 33 anos.
Em todo o ano passado, foram 2.151 acidentes, que deixaram 2,6 mil feridos apenas na capital, de acordo com dados da SMTran. As vias consideradas mais problemáticas são a avenida Ataíde Teive, avenida Carlos Pereira de Melo, avenida Princesa Isabel, avenida Estrela D’Alva e avenida Mário Homem de Melo.
Educação
Para Brito, a imprudência no trânsito, motivada sobretudo pelo uso de álcool, leva a acidentes graves e é preciso que o condutor seja mais consciente nas ruas da capital. “Temos um trânsito de cidade grande e um condutor de cidade pequena. Ainda não nos acostumamos à realidade de que a cidade cresceu e o motorista precisa se adaptar a isso. O problema não é a falta de sinalização, por exemplo, e sim a imprudência e a falta de atenção”, explica o chefe da Divisão.
Para evitar acidentes, a SMTran tem realizados ações em balneários e blitze nas ruas da capital para orientar os motoristas. As crianças também são foco das instruções dadas pelos agentes de trânsito nas escolas da capital e Brito avalia que os pequenos ajudam os pais a respeitarem o trânsito.
“Às vezes, as próprias crianças contam o que os pais fazem de errado no trânsito: ‘a minha mãe usa celular ao volante’, ‘o meu pai dirige bêbado’, então elas são importantes não só para serem futuros motoristas conscientes, mas para orientar e conscientizar os pais ainda hoje para evitarmos mais acidentes”, complementa.