Cotidiano

Uso de cartão de crédito deve ser moderado, diz economista

Às vezes, o perigo pode estar a uma compra de distância. O uso desenfreado do cartão de crédito pode acarretar dívidas e algumas dores de cabeça para o consumidor que não tem controle sobre as finanças. Para alguns especialistas, o primeiro passo para evitar essa situação é fazer um planejamento financeiro e entender até que ponto se pode gastar.

De acordo com o economista Dorcílio Erik Souza, muitas pessoas acreditam que os limites do cartão de crédito são uma extensão da renda e acabam comprometendo todo o restante do orçamento básico no mês seguinte. “Por exemplo, a pessoa ganha R$ 1 mil e tem o limite de R$ 500 no cartão. Se gastar a renda e o limite, somando R$ 1,5 mil de consumo, no mês seguinte ela vai ter de cobrir o limite do cartão”, explicou.

Uma das formas de utilizar o cartão de crédito sem que tenha interferência nas necessidades básicas e no pagamento de dívidas é estabelecer que o limite seja usado somente em casos de emergência, conforme justificou o economista. Nas situações de parcelamento, o planejamento feito brevemente também é fundamental para que os custos de cada parcela não sejam maiores que o salário ganho no mês.

“É preciso ter disciplina financeira para não prejudicar a capacidade de pagamento. Quanto mais parcelas, maior a taxa de juros cobrada sobre essa operação. Então, é indicado que as pessoas usem o limite do próprio orçamento”, enfatizou.

INADIMPLÊNCIA – Deixar que os gastos saiam do controle e acabem chegando ao Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC) é mais comum do que parece. Quando isso acontece e não há uma forma de conseguir sanar as dívidas acumuladas, Souza destaca que é preciso encontrar outra forma de recursos para evitar os juros altos.

“A orientação é que busquem uma alternativa, que pode ser empréstimo consignado, pessoal e, em último caso, o limite do cheque especial para cobrir essa fatura do cartão de crédito que tem uma incidência de juros muito maior do que as outras operações financeiras”, afirmou.

O economista relatou que ao abrir uma conta bancária ou ter uma oferta de cartão de crédito, o consumidor não apresenta à operadora nenhuma garantia para obtenção do recurso. Por isso, segundo ele, os juros costumam ser mais altos do que os cobrados em alguns tipos de empréstimos.

CARTÃO DE LOJAS – A oferta para adquirir cartões de lojas de departamento é frequente e costuma atrair clientes que não conseguiram ter crédito nas bandeiras tradicionais. “É uma estratégia que as lojas têm de fidelizar o cliente. Mas é preciso ter as mesmas noções básicas, ter disciplina e planejamento para ter cuidado, porque algumas pessoas têm cartão de crédito, de lojas e outros mecanismos, e acabam confundindo o uso simultâneo, que forma uma bola de neve em relação às despesas”, completou o economista.

“O cartão de crédito é um mecanismo importante, porém, ao usá-lo, tenham consciência. Não pode, em hipótese alguma, gastar mais do que ganha. Pode até estender a capacidade de consumo, mas sabendo que vai ter consequências no mês seguinte”, aconselhou Souza. (A.P.L)