Vereadores de Caracaraí, município a 155 quilômetros da Capital pela BR-174, Centro-Sul de Roraima, denunciaram o vice-prefeito do município, Francinei Gomes, por uso indevido de uma retroescavadeira da prefeitura. A máquina foi apreendida pela polícia, na manhã do dia 4, quando limpava um terreno do pai do vice-prefeito, na sede do município.
O vereador Peter Cley (PR) disse que o vice foi flagrado na hora em que a máquina limpava o terreno do pai dele, por isso foi conduzido por policiais civis e militares até a delegacia do município, onde prestou esclarecimentos e depois foi liberado. A máquina foi apreendida.
“Enquanto isso, o pequeno agricultor não recebe assistência por parte da prefeitura. Esta máquina é para atender o nosso produtor rural, que sobrevive da terra, mas infelizmente vinha sendo utilizada para fazer serviço privado, alheio, o que contraria a lei”, criticou.
O delegado Francisco Araújo, titular de Caracaraí, disse à Folha que abriu um inquérito e está investigando. Além do vice-prefeito, o motorista da retroescavadeira também prestou depoimento, mas alegou que estava apenas cumprindo ordens do vice-prefeito.
Após a conclusão das investigações, o delegado adiantou que vai encaminhar o inquérito ao Ministério Público do Estado (MPRR). A retroescavadeira foi liberada esta semana. “Estamos escutando testemunhas e envolvidos. Logo, concluiremos o inquérito e o encaminharemos ao MP”, avisou o delegado.
O chefe de gabinete da Prefeitura de Caracaraí, Fernando Matos Vieira, adiantou esta semana que o prefeito, Enildo Júnior (PSC), mandou abrir processo administrativo contra o vice, o secretário de Agricultura, Alexander de Sousa, e o operador da retro, que é servidor da prefeitura concursado há 12 anos. “O prefeito não sabia do serviço e não havia autorizado”, alegou o chefe de gabinete.
A Folha foi três vezes, esta semana, à Prefeitura de Caracaraí, mas não conseguiu falar com o vice-prefeito. Ninguém quis informar o número telefônico dele. A equipe de reportagem ainda deixou contato telefônico, mas até o encerramento da matéria, às 17h de ontem, não houve retorno. (AJ)