Cotidiano

Usuários da Maternidade denunciam estrutura precária e falta de limpeza

Falta de material, vasos sanitários quebrados, banheiros sem portas e sem funcionários que façam o serviço de limpeza. Essa é a situação que se encontra o Hospital Materno Infantil Nossa Senhora de Nazareth (HMI), segundo denúncia recebida pela Folha.
Segundo denúncia feita pelo eletricista Rodrigo Fernandes, sua esposa passou por dificuldades no momento do parto do filho do casal. Internada desde às 23 horas do dia 25 de janeiro, a esposa de Rodrigo teve que aguardar para fazer o procedimento de parto normal até as 18 horas do dia seguinte. Por conta da demora, a moça teve que passar por uma cesárea de emergência.
A mãe e o bebê acabaram por contrair uma infecção. O pai acredita que tenha sido por conta da falta de higiene em que o hospital se encontra. No momento, o filho já recebeu alta, mas a mãe continua internada e sem previsão de saída.
Depois do procedimento, quando a esposa foi transferida para a Ala das Margaridas, Rodrigo constatou que o banheiro estava com estrutura precária. Chuveiro com fungo, cerâmica quebrada, tampo de vaso sanitário caído e até falta de porta nas cabines.
“Realmente estava sujo. Chamei a polícia e fiz um boletim de ocorrência”, disse Rodrigo. A agente policial que atendeu o caso acompanhou a inspeção no quarto e a enfermeira-chefe informou que não havia ninguém para fazer a limpeza do local. “Até a minha mãe fez a troca da roupa de cama que estava suja de sangue de uma das pacientes indígenas”, relatou.
Além da polícia, Rodrigo também levou o caso à imprensa. Depois de denúncias, houve uma pequena mudança na limpeza do ambiente. “Agora vem uma equipe passar uma vassoura no quarto, em dias alternados”.
OUTRO LADO
Em nota a Sesau (Secretaria Estadual de Saúde) esclareceu:
A empresa Vale, que presta serviço de limpeza na unidade, possui faturas em atraso deixadas pelo governo passado, dívidas estas que estão em processo de auditoria, uma vez que a gestão anterior deixou dinheiro em caixa para quitação.
A gestão atual está com o pagamento atualizado, uma vez que a fatura referente ao mês de janeiro foi paga na última sexta-feira, no montante de aproximadamente R$ 310.000,00.
Após isso, a empresa havia se comprometido a continuar prestando o serviço, uma vez que o contrato continua vigente.
A Sesau esclareceu que caso o serviço continue suspenso, a empresa poderá ser advertida e até acionada juridicamente.
Em relação a possíveis infecções, a direção da unidade esclareceu que normalmente as infecções de mães e de crianças são ocasionadas por bactérias provenientes da própria mãe.
De todo modo, a ouvidoria da unidade está à disposição da população para receber todas as denúncias, reclamações ou sugestões.