Vacinação atingiu apenas 35% do rebanho

A primeira fase da campanha de vacinação contra a febre aftosa em Roraima, que encerrou no dia 30 de abril, só alcançou 260 mil cabeças de bovinos e bubalinos que foram notificados, o que representa apenas 35% do rebanho bovino e bubalino do Estado, que é de aproximadamente 750 mil cabeças. A informação é do diretor de Defesa Animal da Agência de Defesa Agropecuária de Roraima (Aderr), Vicente Barreto, ao apresentar os dados oficiais das notificações da campanha.
Entre os fatores que levaram ao baixo índice alcançado, Barreto falou da longa estiagem e da falta de acesso às informações em alguns municípios do interior. “Falta o fechamento dos municípios de Caroebe e São João da Baliza, onde estamos tendo dificuldades de acesso das informações das revendedoras de vacina, que ainda não fecharam seus balanços. Mas a meta é fechar em 100%”, frisou.     Os números chegam a preocupar as autoridades da Defesa Agropecuária de Roraima, apesar de que Barreto tenha demonstrado confiança em alcançar a meta. “Embora os números preocupem, pela movimentação que se vê no interior, percebe-se que todos estão vacinando”, disse ao ressaltar que esse número deve aumentar quando as informações dos municípios vão sendo computadas, a partir do momento que os pecuaristas e agricultores vão fazendo as notificações nos 28 escritórios da Aderr espalhados nos 14 municípios. Apenas Uiramutã não dispõe de escritório, onde os pecuaristas devem se dirigir a Pacaraima.
“Muitos agricultores compraram vacinas e imunizaram seus animais, mas não foram aos postos notificarem ainda”, disse. “Por isso, esses dados devem aumentar bastante esta semana, ainda mais que houve a prorrogação da campanha”, frisou. 
Vicente Barreto explicou que o Governo do Estado resolveu prorrogar o prazo para compra da vacina no comércio, que encerraria dia 30 de abril, para o dia 20 de maio. Os pecuaristas terão até o dia 29 de maio para fazer a notificação na Aderr. A prorrogação foi justificada em virtude da forte estiagem desse ano, o que acarretou dificuldades dos produtores em levar o gado do pasto para o curral e vacinar o rebanho. 
“Alguns produtores, especialmente da região Norte do Estado, onde a estiagem está sendo maior, nos procuraram alegando dificuldade para manejar os animais dos pastos nativos para os currais onde podem ser vacinados. A alegação é que o gado está muito fraco e chegam até a morrer durante o trajeto. Achamos melhor prorrogar a campanha e dar mais tempo para que o gado possa se fortalecer e os produtores possam vacinar”, frisou.  
Ele informou que o fato foi oficializado ao Ministério da Agricultura, que atendeu ao pedido de prorrogar. “Agora os produtores terão mais um prazo para realizar o procedimento”, frisou. Ele disse que são realizadas, anualmente, duas campanhas, uma em abril e outra em outubro. A cada final de campanha é realizada a checagem de dados para ter a estratificação exata do rebanho.
UIRAMUTÃ – Barreto informou que a Aderr está providenciando a instalação do escritório do Município de Uiramutã, e assim fechar o Estado com atendimento em todos os municípios. Quanto à vacinação no Uiramutã, Barreto esclareceu que, por se tratar de terra indígena, os técnicos da Aderr é que fazem a vacinação do rebanho bovino através do programa Agulha Oficial. “Estamos concluindo a vacinação e ficamos tranquilos quanto à notificação porque é feita pelos próprios técnicos da Aderr”, frisou.       
MULTA – Caso o produtor não notifique a Aderr sobre a vacinação do rebanho, ele fica inadimplente. A multa é de R$ 1.140,00 por propriedade e R$ 71,50 por cada animal não vacinado ou não notificado.
A segunda etapa de vacinação será realizada no mês de outubro, quando todo o rebanho vacinado na primeira etapa deverá receber a segunda dose. Para Vicente Barreto, é importante que os criadores se integrem às ações propostas pela campanha para elevar o status sanitário de Médio Risco para Livre de Aftosa com Vacina. (R.R)