De acordo com a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, realizada mensalmente pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o valor da cesta básica diminuiu 3,35% em Boa Vista no mês de fevereiro. Nos dois primeiros meses deste ano, a Capital roraimense acumulou queda de -7,16%.
A pesquisa aponta que em 12 meses, o valor da cesta básica sofreu uma redução considerável, chegando a -9,04%. O levantamento do Dieese é feito em 81 estabelecimentos comerciais: em supermercados, feiras, açougues e padarias.
A economista do Departamento Intersindical, Adsley Machado, disse que o valor da cesta vem diminuindo desde dezembro do ano passado na maioria das capitais do Brasil. “Em meados de 2016, Boa Vista chegou a ter a 7ª cesta básica mais cara do país. Já em fevereiro deste ano ficou em 18º lugar no ranking. Na região Norte, a Capital de Roraima era sempre a 1ª do ranking e agora está na 4ª posição”, afirmou.
Segundo ela, em julho do ano passado, a cesta básica em Boa Vista teve uma grande alta devido à migração de venezuelanos, o que provocou carência de produtos no mercado. “É uma regra básica da economia: quando sobra produto, o mercado tende a baixar o preço. Mas, diante dos aumentos sucessivos, ocorreu uma retração no consumo, o que leva as pessoas a consumir menos o produto e, por consequência, o mercado é obrigado a baixar os preços”, explicou Adsley.
ESTADOS – Em todo o país, as retrações mais expressivas ocorreram em Manaus (-5,14%), Maceió (-5,10%), Porto Alegre (-4,00%), Brasília (-3,71%) e Rio de Janeiro (-3,55%). As maiores elevações foram anotadas em Natal (0,59%) e São Luís (0,14%).
Em 12 meses, 11 cidades acumularam alta, onde as elevações mais expressivas foram em Maceió (6,89%), Natal (5,99%) e Porto Alegre (4,48%). Já as reduções aconteceram em 16 cidades, com destaque para Manaus (-14,26%) e Boa Vista (-9,04%).
Nos dois primeiros meses de 2017, todas as capitais acumularam queda, exceto Fortaleza (1,96%). Destacaram-se as taxas negativas de Rio Branco (-14,01%), Cuiabá (-7,45%) e Boa Vista (-7,16%).
PRODUTOS – Entre janeiro e fevereiro, houve alta no preço do óleo de soja, café em pó e farinha de mandioca, no Norte e Nordeste. Feijão, carne bovina de primeira, tomate, açúcar e leite integral tiveram redução média de valor na maior parte das cidades.
Conforme o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), com base na cesta mais cara, que em fevereiro foi a de Porto Alegre (RS), e levando em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deva ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e da família dele com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria equivaler a R$ 3.658,72, ou 3,90 vezes o mínimo de R$ 937,00.
Em janeiro de 2017, o piso mínimo necessário correspondeu a R$ 3.811,29, ou 4,07 vezes o mínimo. Já em fevereiro do ano passado, o salário mínimo necessário foi de R$ 3.725,01, ou 4,23 vezes o piso vigente, que equivalia a R$ 880,00. (B.B)