Nesta quarta-feira, 27, um homem de 44 anos recebeu quadro suspeito para a varíola dos macacos em Boa Vista, segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMSA). A varíola dos macacos é um vírus que infecta animais, mas que também pode contaminar humanos.
A síndrome é considerada de baixa letalidade, sendo transmitida por contato mais íntimo, como exposição prolongada no meio ambiente, secreção de feridas na pele e por meio do contato sexual. A OMS descreve quadros diferentes de sintomas para casos suspeitos, prováveis e confirmados.
Passa a ser considerado um caso suspeito qualquer pessoa, de qualquer idade, que apresente pústulas (bolhas) na pele de forma aguda e inexplicável. Se este quadro for acompanhado por dor de cabeça, início de febre acima de 38,5 graus celsius, linfonodos inchados, dores musculares e no corpo, dor nas costas e fraqueza profunda, a população deve buscar a UBS mais próxima de casa.
A Prefeitura de Boa Vista disse estar tomando todas as medidas necessárias desde que foi notificado o primeiro caso suspeito, por meio da capacitação dos profissionais da rede municipal de Saúde, elaboração de campanha educativa nas redes sociais, criação da sala de situação para discussão e elaboração de estratégias e monitoramento da doença, e com o monitoramento e atualização da situação epidemiológica.
Contra a doença, a população deve manter higiene básica, como lavar as mãos frequentemente, e usar máscara. Segundo a Prefeitura, a forma mais eficaz de prevenir a monkeypox é a vacina contra a varíola, que também apresenta bons resultados contra a síndrome.
No Brasil, 813 casos da varíola dos macacos já foram confirmados, segundo o Ministério da Saúde.
Confira abaixo um resumo sobre o vírus, com informações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Instituto Butantan:
Os sintomas iniciais (0 a 5 dias) são caracterizados por febre, dor de cabeça, dores musculares, dores nas costas, ínguas inchadas, calafrios e exaustão. Após os três primeiros dias de febre, começam a surgir bolhas na pele que se desenvolvem primeiramente no rosto e depois se espalham para outras partes do corpo, incluindo os genitais, podendo gerar dores e coceiras.
A OMS aponta que as crianças estão em maior risco, e a varíola durante a gravidez pode levar a complicações, varíola congênita ou morte do bebê.
A varíola pode ser transmitida pelo contato com gotículas expelidas por alguém infectado (humano ou animal) ou com as lesões na pele causadas pela doença ou por materiais contaminados, como roupas e lençóis.
O período de incubação é geralmente de seis a 13 dias, mas pode variar de cinco a 21 dias. Por isso, é necessário que pessoas infectadas fiquem isoladas e em observação por 21 dias.
Ainda não há vacinas específicas para a varíola dos macacos, mas segundo a OMS, a vacina antivariólica demonstra cerca de 85% de eficácia contra o vírus.
Higienizar as mãos com água e sabão ou álcool gel é importante para fugir da exposição ao vírus, além de evitar usar objetos de pessoas contaminadas e com lesões na pele.
A varíola dos macacos pode se tornar uma pandemia?
Parece haver um consenso na comunidade científica de que estamos longe de a varíola dos macacos se tornar uma pandemia. A primeira razão é que é muito difícil transmitir de pessoa para pessoa, ao contrário de um vírus respiratório como o SARS-Cov-2.