NA GABRIELA GOMES
Editoria de Cidade
Quando você pensa em Natal, que palavra te vem à cabeça? Solidariedade é uma que tem tudo a ver, concorda? Bom, se você concorda com isso e quer contribuir para que adultos e crianças imigrantes sejam mais felizes neste fim de ano, fique ciente que ainda dá tempo de participar de qualquer uma das campanhas realizadas por Organizações Não Governamentais (ONG’s), projetos e movimentos sociais da capital.
Durante todo o ano, essas entidades já realizam um trabalho voluntário junto aos imigrantes, como a entrega de marmitas no almoço e na janta, doação de roupas, fraldas, brinquedos, produtos de higiene, limpeza e outros. No entanto, com a proximidade do Natal e das festas de Ano Novo, é chegada a hora de intensificar as ações com o apoio e a solidariedade da população.
MEXENDO A PANELA – Há quatro anos, o projeto Mexendo a Panela fornece alimentação, roupas e calçados às famílias de baixa renda e imigrantes em situação de vulnerabilidade social. Este ano, a campanha tem o intuito de arrecadar brinquedos, roupas e alimentos. No Dia das Crianças, mais de dois mil brinquedos foram distribuídos para crianças brasileiras e imigrantes. Para o Natal, a meta é arrecadar três mil. As doações devem ser feitas até o dia 23 de dezembro, visto que a entrega dos brinquedos está marcada para o dia 24.
Além dos brinquedos, a campanha também visa receber alimentos que serão utilizados no almoço de Natal dos imigrantes, previsto para o dia 22 de dezembro. Uma das coordenadoras do projeto, Áurea Cruz, explicou que a ceia do dia 24 não é realizada devido a realização da tradicional missa da comunidade. Além do almoço, os imigrantes também terão uma missa em espanhol no dia 22. Em relação aos alimentos, as entregas podem ser entregues em qualquer dia.
“Por dia, nós entregamos 1800 marmitas a imigrantes e brasileiros em situação de vulnerabilidade. Às sextas-feiras, atendemos 400 crianças com leite, mucilon, fralda e pomada para assadura. Então, toda doação que a gente receber vai fazer a diferença. Costumo falar, se você não pode mexer a panela, encha a panela. Quanto sociedade civil, temos uma série de ações que podem dar início a mudança que tanto esperam”, disse.
Todas as doações devem ser feitas nas dependências da Igreja Nossa Senhora da Consolata, localizada na rua Uraricoera, 671, no bairro São Vicente, das 8h às 18h, de segunda-feira à sexta-feira; e até às 12h, aos sábados.
CÁRITAS – No embalo do espírito natalino, a Cáritas Diocesana de Roraima lançou no mês passado uma campanha de arrecadação para atender crianças imigrantes que vivem nas ruas, nas dependências da Rodoviária Internacional de Boa Vista e proximidades. Tá afim de fazer a diferença? É fácil! Separa aquele brinquedo que não é mais tão utilizado ou que foi esquecido, desde que esteja em boas condições de uso, e doe a quem precisa.
Até o dia 19 de dezembro, o grupo vai estar recebendo as doações na sala do projeto Orinoco, na sede da Cáritas, localizada na avenida Nossa Senhora da Consolata, 1.529, no Centro Cívico, ao lado da Catedral Cristo Redentor. A entrega está prevista para o dia 20. Em relação ao tipo de brinquedo, a faixa etária das crianças atendidas vai de 0 a 12 anos. Dessa forma, também é possível fazer a doação de fraldas, enxovais e roupas.
ESTUDANTES – Foi após uma série de visitas a uma ocupação de imigrantes que alguns acadêmicos do segundo semestre do curso de Comunicação Social com Habilitação em Jornalismo da Universidade Federal de Roraima (UFRR) decidiram começar uma campanha de arrecadação de roupas, brinquedos, produtos de higiene, limpeza e alimentos não perecíveis.
A acadêmica Suyanne Sá é uma das responsáveis pela ideia da campanha. “Os imigrantes não recebem ajuda de ONG’s ou do Governo. Os poucos voluntários que trabalham lá, ajudam todos. Conhecemos algumas famílias, nos sensibilizamos e resolvemos agir”, explicou. As doações serão entregues antes do Natal, a depender da arrecadação. Para doar, basta entrar em contato pelos número 99136-7277, 99123-9983 ou 99137-6659, e combinar um horário.
Como você avalia as campanhas de arrecadação?
A reportagem da Folha conversou com populares para saber a opinião deles em relação a realização de campanhas de arrecadação voltadas a brasileiros, e principalmente imigrantes, em situação de vulnerabilidade. Em unanimidade, todos se mostraram à favor das campanhas.
Uma dessas pessoas é a Kelly Honorato, que sonha em participar de uma ONG para atuar diretamente com o público alvo. “Normalmente faço doações à igreja. Então não sou eu quem entrega diretamente. Pretendo um dia, quando conseguir, poder realizar eu mesma a entrega. Acredito que o contato nos dá uma outra perspectiva de vida”, contou.
O jornalista Isaque Santiago, por sua vez, nunca participou de nenhuma campanha de doação, mas avalia a ideia de forma positiva. “Se tiver a oportunidade, participarei. Esse ano posso mudar isso”, disse.
Antônia Romano explicou que nunca participou de campanhas de arrecadação, mas que costuma realizar doações por conta própria. “Acho importante ter esse tipo de ação porque tem gente que só doa nesses casos. Eu já costumo fazer minhas doações, então faço minha parte”, concluiu.