Trabalhadores da Eletrobras Distribuição Roraima estão apreensivos. Nesta quarta-feira, dia 4, a Câmara dos Deputados aprovou o texto principal do Projeto de Lei que autoriza o Governo Federal a privatizar seis distribuidoras de energia da Eletrobras que operam na região Norte e Nordeste do país, dentre elas a de Roraima. A proposta foi aprovada por 203 votos a favor e 123 contrários. O projeto segue agora para votação no Senado, mas ainda não tem data para ser apreciado.
Dos oito deputados federais de Roraima, votaram a favor da venda das empresas, a deputada Maria Helena (MDB) e Remídio Monai (PR). Os parlamentares Abel Mesquita (DEM), Carlos Andrade (PHS) e Sheridan (PSDB), votaram contra a privatização. Édio Lopes (PR) e Hiran Gonçalves (PP) estavam ausentes.
A decisão não agradou em nada os 353 trabalhadores da empresa no estado. Para o diretor do Sindicato dos Urbanitários de Roraima, Roberto Rivelino, esta decisão vai afetar negativamente a vida de mais de sete mil pais e mães de família que atuam nas empresas em todo país.
“A venda dessas distribuidoras trará um prejuízo enorme para os estados onde estão localizadas as distribuidoras do grupo Eletrobras. O maior prejudicado será a população, pois se a privatização se materializar ocorrerá de imediato o aumento da tarifa de energia elétrica e este será apenas o primeiro reflexo negativo da venda da empresa”, afirma Rivelino.
Ele acredita que o processo de privatização é danoso tanto para os trabalhadores como para sociedade em geral, porque as empresas que adquirirem as estatais visarão o lucro em primeiro lugar. Esse interesse financeiro vai gerar ainda, segundo Rivelino, a precarização dos serviços.
“Apagões constantes também irão ocorrer com mais frequência, uma vez que empresas privadas não realizam manutenções na rede de energia elétrica como devem ocorrer. Vamos voltar ao ‘velho tempo das lamparinas’, que já vivemos aqui em Roraima. Temos certeza que empresa que comprar a Eletrobras vai demitir vários trabalhadores e contratar serviços terceirizados e será um serviço de péssima qualidade que não atenderá de maneira satisfatória a população. Roraima vai sofrer”, lamentou o sindicalista.
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