Cotidiano

Vendas de material escolar ainda estão ‘muito tímidas’

Leo Daubermann

Editoria de Cidades

Nessa época do ano, a preocupação para quem tem filhos em idade escolar é sempre a mesma: equilibrar o orçamento doméstico e a compra do material escolar exigido pelas instituições de ensino. A pouco mais de um mês para o retorno às aulas, a palavra-chave é economizar. A maioria tem optado por pesquisar e pechinchar antes de efetivar as compras, o que acaba refletindo nas vendas do comércio.

De acordo com o gerente de uma papelaria localizada na área central de Boa Vista, o movimento ainda está fraco. “As vendas estão ainda muito tímidas, mas estamos no início de janeiro. Acredito que do meio para o final do mês a procura pelo material escolar deva suprir as expectativas”, disse confiante, destacando que, tradicionalmente, os pais costumam percorrer várias lojas, atrás do custo-benefício.

É exatamente o que a funcionária pública Kênia Raposo, 38, está fazendo. Com a lista de material escolar em mãos, ela percorre as papelarias atrás do melhor preço. Mãe de três filhos em idade escolar diferente, ela conta que a pesquisa faz a diferença num orçamento apertado. “O gasto maior é com a minha filha mais nova, ela tem seis anos e vai para o 1º ano, a lista de material que ela precisa é bem maior do que dos outros dois, que estão no 5º e 8º anos. Além de pesquisar, ainda costumo pechinchar”, enfatiza.

A professora Laisa Pasqual, 39, que é mãe de um menino que está indo para o 5º ano, concorda com Kênia Raposo com relação aos valores do material escolar. “Do infantil ao 3º ano, o material é mais caro, a gente trabalha a coordenação motora, as atividades são muito mais extensas. No 5º ano, a lista já diminui bastante, mesmo assim nunca compro na primeira loja, tem que pesquisar antes”, fala.

De acordo com o economista Fabio Martinez, com uma boa pesquisa é possível economizar muito na hora da compra. “Não fugir do que a lista pede e analisar bem, porque existem muitos produtos similares, com preços muito diferentes”, destaca Martinez, ressaltando que, se for possível, os pais devem optar por fazer as compras de material escolar longe da companhia das crianças. “Muitas vezes eles acabam tendo preferência por algumas marcas, figuras de super-heróis, imagens de desenhos animados, esses materiais personalizados que geralmente são mais caros, o que acaba pesando um pouco na compra final”, disse.

Outro ponto interessante, de acordo com o economista, é ensinar os filhos a lidar com o dinheiro inserindo conceitos de finanças pessoais. “Quando as crianças estão um pouco maiores, já é possível educá-las financeiramente, determinando um valor, dentro do orçamento da família, e fazendo com que elas mesmas façam as compras do material escolar. Deixar a critério delas optar pelo caderno da moda ou um caderno, mais uma lapiseira e estojo, por exemplo, para que elas possam entender um pouco sobre orçamento familiar e ter o sentimento de que o recurso é escasso”, completa.