Cotidiano

Vendas de seguros crescem 61%

Dados do Sindicato dos Corretores de Seguro dos Estados de Amazonas e Roraima apontam aumento no primeiro quadrimestre de 2018

A venda de seguros no setor automobilístico aumentou 61,82% no primeiro quadrimestre deste ano, se comparado ao mesmo período de 2017. Os dados são do Sindicato dos Corretores de Seguro dos Estados de Amazonas e Roraima (Sincor AM/RR). Esse aumento é um reflexo do salto de 50% na venda de veículos para pessoas jurídicas, ou seja, empresas, instituições e organizações, conforme o Sindicato do Comércio Varejista de Veículos em Roraima (Sindiveículos-RR).

O aumento na venda de seguros de carros e motocicletas acontece mesmo com a diminuição de 16% no número de acidentes de trânsito em Boa Vista nos primeiros três meses deste ano, segundo a Secretaria Municipal de Segurança Urbana e Trânsito (SMST).

Para o presidente do Sindicato dos Corretores de Seguro dos Estados de Amazonas e Roraima, Jair Fernandes, esse aumento na venda de seguros em um cenário da diminuição de acidentes mostra que consumidores estão cada vez mais conscientizados em relação à presença constante de riscos ao praticar a direção de um veículo.

“Proprietários de veículos estão aprendendo sobre a importância do seguro, pois sempre haverá riscos. As consequências de uma colisão podem ser leves, que não gerem prejuízos e nem apareçam nas estatísticas divulgadas. Mas podem ser gravíssimas, principalmente quando envolvem vítimas e, consequentemente, podem causar grandes prejuízos materiais, corporais, morais etc.”, comentou.

Jair Fernandes disse ainda que há uma ligação entre o aumento de procura por veículos e vendas de seguros, afinal a pessoa que está arcando com um bem de tamanho valor e utilidade precisa ter a garantia de que seu bolso esteja prevenido de possíveis perdas causadas por incidentes no cotidiano. “Sempre quando há incremento na venda de veículos, cresce a procura por seguro. Isso se dá pela necessidade, das pessoas, de proteger o bem por conta dos riscos. Como exemplo, as colisões e roubos, principalmente”, frisou. (P.B)

Falsa comunicação de crimes mascara estatística de roubos e furtos de veículos

Vender veículos e depois registrar boletim de ocorrência para noticiar furto ou roubo porque a pessoa não pagou parcela é crime de denunciação caluniosa e pode trazer transtornos às pessoas com a Justiça. O alerta é do titular da Delegacia de Repressão a Roubos e Furtos de Veículos Automotores Terrestres, Paulo André Migliorin. O delegado alerta que essa falsa comunicação de crime mascara a estatística de furtos ou roubos de veículos em Roraima.

Nos últimos três anos, foi registrado o furto ou roubo de 3.750 veículos. Desses 2.149 foram apreendidos e restituídos aos proprietários, um índice equivalente a 57,3%. Para o delegado, o índice poderia ser bem maior não fossem as falsas comunicações de crimes de furto ou roubo de veículos.

“O cidadão vende o veículo, muitas vezes ainda financiado, o que pode ser considerado crime de estelionato e não procura o Detran para regularizar a transação. Passados três ou quatro meses, a pessoa para quem ele vendeu não pagou as parcelas do veículo e as multas de trânsito começaram a surgir ou são lançadas em dívida ativa. Aí, o cidadão procura uma delegacia e faz o registro para conseguir a apreensão do veículo, induzindo as instituições de segurança a erro, vez que não houve crime”, comentou o delegado.

De acordo com Paulo Migliorin, a intenção dessas pessoas é reaver o seu veículo, mas a forma com que fazem isso é errada e pode lhes trazer transtornos. O delegado diz que a conduta infringe dois artigos do Código Penal Brasileiro.

O primeiro é o artigo 340, por falsa comunicação de crime: “Provocar a ação de autoridade, comunicando-lhe a ocorrência de crime ou de contravenção que sabe não se ter verificado”, com pena de detenção de um a seis meses, ou multa.

O segundo é o artigo 339 do Código Penal Brasileiro que diz: “Dar causa à instauração de investigação policial, processo judicial, instauração de investigação administrativa, inquérito civil ou ação de improbidade administrativa contra alguém, imputando-lhe crime de que o sabe inocente”, com pena de reclusão, de dois a oito anos e multa.

“O correto é acionar a Justiça e solicitar a busca e a apreensão do veículo. O caminho não é procurar a Polícia, porque em tese não há o crime. A pessoa vendeu, não recebeu e o caminho não é procurar a Polícia e comunicar um crime que não aconteceu”, esclareceu.

Migliorin afirmou ser alto o índice de apreensão de veículos furtados ou roubados. Destacou que em 2016 foram furtados ou roubados 1.675 veículos em Roraima e apreendidos 1.005, um índice de 60%. Em 2017 foram furtados ou roubados 1.503 e apreendidos 804 veículos, um índice de 53,4%. Neste ano até o dia 7 de maio, foram furtados ou roubados 572 e apreendidos 340, um índice de 59,4% de apreensão.

“Essas apreensões foram realizadas por todas as forças de Segurança que atuam no Estado, tais como Polícia Militar, Polícia Civil, Guarda Municipal, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal. As instituições trabalham diuturnamente para servir ao cidadão. Entretanto é necessário que se faça a coisa certa. Vir à Polícia e registrar um crime que não aconteceu mascara nossa estatística, traz prejuízos à sociedade, vez que temos que envidar esforços para investigar um crime que não aconteceu e consequências à pessoa que a registrou, pois podemos indiciá-la criminalmente por falsa denunciação de crime”, alertou o delegado.

Migliorin ressaltou que muitos veículos são roubados e utilizados para a prática de crimes e depois abandonados. Outros têm como destino países vizinhos para troca por entorpecente. “Atualmente temos notado que alguns veículos são desmanchados, pois em vistorias no Detran e em abordagens policiais alguns apresentam motor com restrição de roubo/furto ou porque possuem número suprimido. É muito importante alertar ao cidadão de bem para que quando for em uma oficina e necessitarem, por algum motivo, trocar o motor do veículo, para que vejam a numeração antes, procurem se informar junto ao Detran, como se resguardar e evitar problemas futuros”, ressaltou.