LEO DAUBERMANN
Editoria de Cidades
As festas de fim de ano geralmente movimentam o comércio e as semanas que antecedem o Natal são consideradas como o melhor período de vendas do ano. Mas os lojistas roraimenses afirmam que houve uma queda considerável no número de vendas em dezembro de 2018 com relação ao mesmo período do ano anterior.
Os dados oficiais ainda não foram divulgados pela Federação de Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Roraima (Fecomércio-RR), mas para os lojistas contatados pela nossa equipe de reportagem, as vendas caíram de 5% a 8% se comparadas ao mesmo período de 2017. E o motivo seria a crise econômica pela qual Roraima passa e, consequentemente, o atraso nos salários dos servidores públicos.
“Mesmo depois da regularização do pagamento dos salários, não houve uma melhora considerável nas vendas. Acho que o tempo foi curto e as pessoas priorizaram as contas atrasadas. Houve uma queda de mais ou menos 8%. E a gente acabou perdendo dois finais de semana, porque as antevésperas de Natal e Ano Novo caíram num domingo, pouca gente veio às compras nesses dias”, disse Maciel Lima, gerente de uma loja de calçados e confecções localizada na Avenida Jaime Brasil, zona central de Boa Vista.
Em outra loja localizada na mesma avenida, a expectativa de boas vendas era grande e, como em todos os anos, o número de vendedores dobrou, com a contratação de temporários, mas a loja acabou contabilizando uma queda de 5% a 6% nas vendas. “A gente vai bem, se o Estado vai bem. Como o Estado está mal, acaba refletindo diretamente no nosso setor. Contratei cinco temporários, mas já foram dispensados”, conta o gerente Antonio França.
Na Zona Oeste da cidade o quadro é o mesmo: lojistas desanimados e pensando na melhor forma de se desfazer da mercadoria em estoque, as promoções já começaram. “O movimento foi muito fraco, agora é aguardar o resultado das promoções para garantir as vendas que deixamos de fazer no final do ano”, disse a gerente de uma loja de confecções localizada na Avenida Ataíde Teive.
Na mesma loja, uma vendedora atendia os consumidores com um sorriso no rosto e muita disposição. Ela havia sido uma das temporárias contratadas para o período das festas e a única a ser efetivada. “No início, era só uma grana extra para comprar minhas coisinhas, mas comecei a gostar do que estava fazendo e comecei a me esforçar para fazer parte do quadro de funcionários fixos da loja e deu certo”, conta, feliz, a jovem Raquel, 18 anos.