Humildade e espírito empreendedor foram as receitas encontradas pelo vendedor de churrasquinho Laurijane Santos Sousa, de 37 anos, para driblar a crise. Com as vendas em baixa, ele apostou na divulgação de seu ganha-pão na rede social Facebook. A postagem chamou a atenção dos internautas pela simplicidade na escrita do vendedor.
Em poucas horas, o anúncio já havia alcançado mais de três mil curtidas, mil compartilhamentos e centenas de comentários apoiando a iniciativa e exaltando a humildade e a força de vontade de Laurijane, que veio do Maranhão para Roraima há cerca de 20 anos.
À Folha, o vendedor disse que iniciou as vendas no churrasquinho, que são comercializados em uma distribuidora, a convite de um amigo. “Eu comecei quando meu compadre abriu o estabelecimento dele e me chamou para ajudar ele e botar um churrasquinho. Estava trabalhando como assador de frango com baião e decidi começar. De lá para cá, já são seis meses que estamos nessa batalha”, relatou.
Apesar de todo o capricho e com o baixo preço dos espetinhos, ele revelou que as vendas estavam fracas. “Foi então que, por meio de alguns colegas que postam nas redes sociais, eu vi a repercussão que tinham e decidi divulgar o meu trabalho por ali. Sou eu mesmo que posto, divulgando no Facebook e dando continuidade”, disse.
Conforme o vendedor, que disse ter terminado apenas o ensino médio, as redes sociais são a forma mais rápida de prática para anunciar um negócio. “É o meio de comunicação mais rápido e fácil para todos. O boca a boca sempre ajuda, mas o Facebook ajuda muito mais. É uma alternativa porque, nesse momento de crise, temos que ter ideia para nos superar e ter mais facilidade na vida”, disse com desenvoltura.
Com a repercussão do anúncio, Laurijane afirmou que as vendas começaram a crescer. “Comecei vendendo uma média de 20 espetinhos por dia, e hoje já aumentou um pouco, já vendo 60. As pessoas estão vindo e, se Deus quiser, vai melhorar cada vez mais”, destacou.
O maranhense afirmou que o momento não permite que as pessoas pensem apenas em crise. “Não dá para ficar pensando em crise, tem que trabalhar. Com isso nos ajudamos e ajudamos ao próximo, porque outros podem ver e se motivam a trabalhar também”, frisou.
Humilde, o vendedor se disse suspeito para avaliar o agora famoso espetinho. “Depois da postagem, o pessoal veio mais, as pessoas que compram, gostam. Não posso dizer que é bom, porque sou suspeito, mas todos os clientes aprovam”, brincou. (L.G.C)