Cotidiano

Vendedores decidem abrir passagem no muro

Obra de reforma está paralisada desde o início do ano e apenas um muro foi construído, que agora está sendo contestado pelos vendedores

A Feira do Passarão, localizada no bairro Caimbé, zona Oeste, passa por reforma desde o início do ano, mas a obra se encontra paralisada. Até agora foi construído somente um muro alto, que passou a ser questionado e até mesmo alvo de depredação dos próprios vendedores do local, que querem uma passagem direto para a rua.   Conforme denúncia de moradores das proximidades, os feirantes estariam quebrando o muro para facilitar a circulação de ar e até mesmo para facilitar a passagem, já que originalmente a feira sempre foi aberta e agora está sendo cercada por um muro alto. Foram abertas “portas” no muro para facilitar o acesso aos pontos de vendas de animais.
A Folha constatou que foram abertos três grandes buracos. Um feirante, que pediu para não ser identificado, afirmou que o muro começou a ser construído em local errado e que quando os técnicos constataram que o projeto estaria sendo executado em local incorreto, a obra foi paralisada.
Segundo ele, algumas pessoas que trabalham com venda de galinhas estavam tendo prejuízo por conta da falta de circulação de ar e as aves acabavam morrendo sufocadas. “Eles estavam se sentindo prejudicados com o muro próximo às suas barracas, onde as galinhas ficam. Por conta própria, resolveram tomar esta medida, de quebrar o muro, para aliviar a situação”, disse.
A Feira do Passarão passa por vários problemas estruturais e sua reforma ainda não foi retomada. Existem bancas improvisadas, goteiras no teto e espaço coberto insuficiente para abrigar a todos os vendedores. A maior reclamação relatada pelos vendedores é a falta de segurança.
SEINF – A Folha entrou em contato com a assessoria de comunicação da Seinf (Secretaria de Obras e Infraestrutura do Estado) para saber a respeito da obra da Feira do Passarão. A informação é que a Seapa (Secretaria do Estado de Agricultura, Abastecimento e Pecuária) requisitou, junto à administração da feira e em consenso com os vendedores do local, que fosse construído um muro por medida de segurança, já que os próprios feirantes reclamavam que ocorriam vários furtos.
Conforme a Seinf, a obra tinha o prazo de 180 dias para que fosse concluída, mas foi necessário incluir no planejamento a construção de barracões para abrigar os vendedores enquanto a restauração do lugar ocorresse.
ADMINISTRAÇÃO – A administração da feira informou que os feirantes solicitaram, por meio de documento, uma abertura em parte do muro, mas nem a administração e nem a Seapa teriam autorizado qualquer ação nesse sentido. Foi informado que o abatimento de aves na feira é proibido. “Os feirantes que forem identificados como autores da abertura dos buracos no muro serão advertidos e poderão até terem que pagar multa”, informou.