Vestibular termina com abstenção de 11%

O vestibular 2019 da Universidade Federal de Roraima (UFRR) teve uma abstenção em torno de 11%. Dos 8.478 inscritos, 7.206 compareceram, e 1.272 faltaram. A taxa de abstenção, de 11%, ficou acima da média que costumava haver em anos anteriores, geralmente flutuando em torno dos 9%.

A instituição informa que o listão dos aprovados sai até o dia 11 de fevereiro de 2019.

Os candidatos concorreram a 811 vagas para as modalidades de Prova Integral -PI e PSS 3ª Etapa – E3, distribuídas entre 38 cursos de graduação da UFRR, com ingresso no 1º e 2º semestres letivos de 2019. Direito e Medicina continuaram os mais concorridos.

De acordo com o presidente da Comissão Permanente de Vestibular da UFRR (CPV-UFRR), Antônio Giocondi, estudantes em geral consideraram a prova tranquila e objetiva em relação a anos anteriores.

“Pelo o que já cheguei a dialogar com estudantes, nenhum chegou a apontar a prova como difícil, algo que no ano passado não era uma opinião tão comum. Também percebi que ninguém chegou a ver ambiguidades nas questões, mostrando que a prova está bem mais objetiva em seus enunciados”, comentou.

Sobre os temas escolhidos para a redação neste ano, Giocondi afirmou que sentiu maior empatia dos estudantes com a temática do suicídio, e apontou o engajamento, principalmente entre os mais jovens, em discutir o assunto.

“O tema suicídio foi bastante comentado. Dá para perceber que foi o tema mais escolhido pelos concorrentes. Até porque, é um assunto que os jovens me contaram ter mais bagagem para comentar, e o tema escolhido por cada um sempre é aquele que se possui maior conhecimento. E vejo que com isso, eles reconhecem que esse é um tópico importante para se debater em proporções nacionais e mundiais. Ainda mais em Roraima, que possui um dos maiores índices de suicídio do país”, frisou.

Redação abordou suicídio e violência contra mulher

Temas foram comentados pelos candidatos (Foto: Diane Sampaio/Folha BV)

A Universidade Federal de Roraima (UFRR) apostou em temas que dizem respeito a direitos humanos na edição 2019 de seu vestibular, aplicado na manhã desse domingo, 25. Os três temas foram suicídio, violência contra a mulher e os efeitos sociais da mecanização do trabalho.

Os temas ofertados foram comentados pelos candidatos. A estudante Isabella Pedrita, de 17 anos, que prestou vestibular para direito, contou que escolheu o tema violência contra a mulher, e disse que é uma temática mais comum no dia a dia do que muitos podem imaginar.

“Escolhi como assunto pois é muito presente no cotidiano. Ainda mais quando se liga a televisão para ver o jornal ou pesquisa no celular. As notícias do tipo são diárias, então achei pertinente aprofundar essa discussão”, afirmou.

Isabella comentou que sentiu dificuldades em algumas questões, mas elogiou a diversidade das perguntas. Em história, por exemplo, houveram perguntas sobre a filosofia socrática, surgimento do islamismo, inconfidência mineira e a dinastia chinesa Tang.

“Quem quer fazer direito sentiu mais dificuldades em matemática e química. Apesar disso, as perguntas foram bem diversificadas. Como estudo em escola de tempo integral, evitei fazer cursinho. Tentei focar nos estudos pelo material escolar e procurei fazer a prova com tranquilidade. Por isso, estou confiante”, contou.

Outro estudante, Graciliano Rosa, de 18 anos, que também prestou vestibular para direito, afirmou que está fazendo a prova pelo segundo ano consecutivo, e que sentiu diferenças entre as duas edições da prova.

“A prova realmente estava mais fácil, comparada com o ano passado. A de exatas, mesmo não sendo o meu forte, senti menos dificuldades, e acho que tive um desempenho melhor. Como estudei no colégio Aplicação, que é complicado de conciliar com reforço, eu fiquei meio sobrecarregado no início do ano, mas percebi que precisava manter mais a calma para ficar centrado, então busquei isso e acredito que me saí bem”, falou.

O visual merchandising, Tarsis Cavalcante, que estudou para Medicina, afirmou que se deparou com algumas questões que considerou difíceis, mas que, apesar de estar fazendo a prova da UFRR pela primeira vez, se sente confiante no resultado.

“A prova estava mediana. Tiveram algumas perguntas que me pegaram de surpresa, mas no geral não senti que as perguntas foram pesadas ou maçantes. Eu sei que o curso de Medicina é o mais concorrido, mas acredito que o meu desempenho vai ser satisfatório”, afirmou.

Já a estudante em escola militarizada, e também concorrente para Medicina, Thauane Carvalho, afirmou que a prova não fugiu de temas que estão dentro da grade curricular no ensino público. “As perguntas são bem pertinentes com conteúdo de ensino médio, então acredito que quem está saindo da escola agora terá maior identificação com as perguntas. No geral considerei a prova fácil, e aguardarei ansiosa o resultado”, frisou. (P.B)