O médico veterinário Sylvio Botelho, assessor de Educação Sanitária da Agência de Defesa Agropecuária de Roraima (Aderr), descartou que uma doença nos peixes, mais especificamente no tambaqui, possa evoluir para os humanos ou que venha a prejudicar a economia pela rejeição do peixe no mercado.
Sylvio destacou que se trata do acantocéfalo (Neoechinorhynchus buttnerae) que são vermes parasitas vivendo no intestino do animal e que dificultam a engorda do peixe.
“O parasita prejudica apenas a saúde do peixe, que tem o ganho de peso prejudicado, mas não causa problemas na saúde de quem consumir o peixe, pois o parasita está no intestino e é retirado, caso tenha, quando o peixe é tratado para o consumo”, afirmou.
O verme apareceu pela primeira na região Norte no estado do Amazonas e foi relatado em piscicultura de tambaqui pela primeira vez em 2001, no município de Itacoatiara. Em Roraima, apareceu em 2017.
“O acantocéfalo já tem diagnóstico e tratamento, os piscicultores já convivem com ele normalmente e os fiscais veterinários da Aderr foram capacitados para este tipo de diagnóstico em parceria com a Embrapa e a UFRR logo que surgiu o parasita no Estado”, afirmou. “No início, em 2017, houve receio dos piscicultores de que pudesse ser uma doença emergente e iria comprometer o comércio de peixes no Estado, mas diagnosticamos que seria apenas um parasita que os piscicultores já convivem com ele há muito tempo, principalmente em Rondônia, Mato Grosso e Amazonas”, disse.
O veterinário disse que para evitar que se tenha peixes com a doença, os piscicultores devem comprar sempre alevinos (filhotes de peixes recém saídos do ovo) com certificado de garantia.
“Comprando o alevino com certificação estou tendo a certeza que está livre de acantocéfalo”, citou.
Ele alertou que os piscicultores que detectarem alguma alteração no comportamento do peixe em cativeiro, que procurem a Aderr para ter orientação técnica.
“Quando a mortalidade de peixes, os produtores nos procuram, mas eles têm que nos procurar antes, quando detectam algo diferente, no caso de peixes, é mais perceptível no amanhecer, quando o peixe sobe para a superfície da água, e isso significa baixa presença de oxigênio na água, que é um dos sinais que deve ser analisado”, disse.
NOTIFICAÇÃO – O médico veterinário Sylvio Botelho disse que existe uma baixa procura por parte dos produtores e criadores do Estado para notificação de casos de doenças e mortes de animais em suas propriedades.
“É de extrema importância que os criadores de gado, de suíno, de aves, os produtores e os piscicultores que procurem informar as doenças de animais na Aderr. Temos recebido um baixo número de notificações de doenças nos 30 postos que temos em todo Estado, e isso pode ser perigoso”, alertou. (R.R)