Cotidiano

Vigilância em Saúde reforça ações de monitoramento à febre chikungunya

Casos da doença confirmados no Amazonas pedem atenção especial das autoridades e colaboração da população para eliminar mosquito transmissor

Com a confirmação de quatro casos de transmissão local da febre chikungunya no vizinho Estado do Amazonas, Roraima deverá redobrar as ações de monitoramento e combate ao mosquito Aedes aegypti. Além da febre chikungunya, o mosquito é responsável por transmitir os vírus da dengue, febre amarela e febre zika.  

“Como se trata do mesmo vetor, as atividades de combate são as mesmas. As ações de controle são feitas pelos municípios, onde cada um deles realiza em suas áreas as tarefas de eliminação de foco e conscientização dos moradores. Então, é sempre bom que as pessoas mantenham-se em alerta em relação ao mosquito que, apesar de estar sob controle, requer sempre uma vigilância rígida”, afirmou a gerente do Núcleo de Controle de Febre Amarela e Dengue (NCFAD), Ana Paula Guth.

A gerente disse que cada município é responsável por executar as ações de campo, realizando não só a limpeza dos locais como também a orientação à população, cabendo ao Estado o dever de monitorar e dar suporte quando solicitado pela localidade. “O Estado apoia as ações dos municípios com a oferta de alguns insumos como inseticidas, óleo de soja, para diluir o produto, as bombas portáteis e a capacitação de agentes de endemias. Além disso, temos os carros fumacê, que são de competência do Estado. Quando um município precisa, ele solicita do Estado, que o fornece. Ou seja, a atuação vai além dos trabalhos de monitoramento”, disse.

No caso dos carros fumacê, esses veículos são liberados apenas em situações específicas. Só esta semana, agentes do núcleo prestaram serviços nos municípios de Caracaraí, Centro-Sul do Estado, e Boa Vista. Segundo Ana Paula, o Estado dispõe de outras viaturas. “Quando um caso de chikungunya, por exemplo, é notificado pelo município, a própria equipe de endemias dessa localidade é quem realiza o combate. Ela vai até a casa da pessoa que contraiu a doença, faz a vistoria da área e realiza a aplicação do inseticida para eliminar os criadouros, justamente para evitar que a doença se alastre”, explicou.

A partir do momento em que várias pessoas começam a adoecer na área, é porque esse trabalho focal não está funcionando, então o setor de endemias solicita a aquisição do carro fumacê, que consegue atingir toda a região. “A gente faz a cobertura da cidade toda, sendo que a ação não se restringe apenas à sede do município, ou seja, atendendo também as vilas mais distantes”, destacou.

Segundo o NCFAD, de 1º de janeiro até agora, foram notificados 161 casos suspeitos de febre chikungunya no Estado. Por meio de exames laboratoriais foram confirmados quatro casos. Deste número, três são oriundos da Venezuela e um de transmissão local. Em relação à febre zika, foram notificados até oito casos suspeitos, sendo apenas um deles confirmado. A transmissão ocorreu em um morador da Capital que adquiriu a doença na Bahia.

“Algumas características dessas doenças são bem semelhantes, como febre, dor nas articulações e manchas avermelhadas pelo corpo. Entretanto, na febre zika, as manchas são mais intensas e, na febre chikungunya, as dores nas articulações são mais fortes. Por isso é importante que a pessoa procure um médico, pois esse é o profissional mais capacitado para estar realizando o diagnóstico diferencial, e é justamente o exame laboratorial que dará a precisão que ele precisa”, frisou.

Ana Paula destacou ainda a importância dos trabalhos da Coordenadoria Geral Vigilância em Saúde (CGVS) em relação à prevenção. Segundo ela, por meio da NCFAD, é possível mensurar a relevância de se realizar diariamente o monitoramento epidemiológico do Estado contra as doenças transmitidas pelo mosquito. “Com os dados que a gente tem, fica mais fácil para o núcleo saber qual o bairro onde as pessoas adoecem mais, possibilitando fazer um trabalho mais efetivo e evita que a doença se espalhe”.

Além disso, o sistema de informação do núcleo é o coração da vigilância, pois é justamente ele que possibilita visualizar e monitorar a situação de saúde em todas as regiões do Estado. “Então, é sempre importante que as secretarias municipais de Saúde nos ajudem nesse monitoramento, enviando os dados da situação endêmica e que a população também trabalhe como multiplicadora, deixando as residências sempre limpas e evitando o acumulo de lixo”, frisou. (M.L)