Cotidiano

Vigilância faz alerta sobre lanche na rua

Conforme a Vigilância Sanitária, cerca de 30% dos estabelecimentos não têm alvará sanitário para vender alimentos

Todos os dias, milhares de pessoas circulam pelas ruas do Centro e dos bairros onde há centro comercial, lugares de maior número de lanchonetes que oferecem café da manhã e lanches durante todo o período de funcionamento das lojas. Os principais consumidores são aqueles que trabalham no comércio. A Vigilância Sanitária afirma que pelo menos 30% dos estabelecimentos não têm alvará sanitário para vender alimentos, o que significa que o risco de infecção intestinal é iminente.

Há casos de pessoas que passaram mal após ingerir os produtos sem saber a procedência. Trabalhadores de empresas privadas ou de instituições públicas utilizam as lanchonetes como principal lugar para fazer a primeira refeição do dia. Em alguns casos, o almoço é substituído pelas frituras e sucos sem saber da procedência direta.

De acordo com o coordenador de alimentos da Vigilância Sanitária, Thiago Sousa, é preciso conhecer como os alimentos estão sendo manipulados e que caminhos percorrem até chegar ao consumidor. “O alvará é uma garantia que a pessoa tem de que aquele lugar provavelmente oferece um alimento seguro. É a prova de que a pessoa entende das práticas de manipulação, porque atualmente cerca de 30% dos estabelecimentos funcionam sem alvará”, destacou.

O coordenador explicou que o mercado de lanches é flutuante, por este motivo não tem números exatos, considerando que novos estabelecimentos abrem as portas todos os dias, enquanto outros deixam de trabalhar com este tipo de alimentação. “Nós já sabemos de 97 estabelecimentos em processo de cadastro, destes 35 funcionam com alvará sanitário e o restante está providenciando a documentação exigida para adequação sanitária. Nós temos 71 notificações e reclamações em aberto de diversas situações atestadas por meio da inspeção de rotina ou quando o contribuinte observou alguma coisa errada e se sentiu incomodado e fez a denúncia”, pontuou Sousa.

De acordo com informações do Departamento de Vigilância Sanitária (Devisa), muitas lanchonetes adotam a noite como horário de funcionamento, muitas vezes para fugir da fiscalização, no entanto, os coordenadores afirmam que as equipes estão realizando vistorias diárias e em todos os turnos.

Quem pretende investir em negócios que tem como principal produto os alimentos precisa preencher alguns requisitos e apresentar uma relação de documentos exigidos pelos agentes sanitários, incluindo a formalização da empresa, carteira de saúde e o fornecedor dos produtos precisa ter alvará sanitário, caso os alimentos que serão expostos à venda sejam terceirizados.

“Neste ano de 2015, além da documentação, estamos solicitando um curso de boas práticas para quem trabalha com encomenda e para quem tem lanchonete, para  saber o que é uma contaminação cruzada, como manipular os alimentos sem contaminá-los, a segurança dos alimentos, os equipamentos, a estrutura, dentre outros aprendizados, por isso estamos cobrando”, acrescentou Sousa.

Segundo o Devisa, as principais ocorrências de intoxicação alimentar para quem não mantém as devidas precauções estão relacionadas à associação dos lanches com maionese ou suco natural com polpa sem proveniência segura. “Aconselhamos que as pessoas comprem suco somente se souberem de onde veio a polpa e tomem cuidado com maionese. Vejam o prazo de validade porque a incidência de pessoas que foram acometidas por infecção intestinal é muito alta. Ouvimos histórias todos os dias”, alertou o coordenador de alimentos.

Os funcionários das empresas que estão no entorno dos estabelecimentos que comercializam lanches prontos, são as principais vítimas. “Eu não sei o que me fez mal, mas sei que foi o lanche. Alguns colegas que trabalham na mesma empresa que eu sofreram os mesmos sintomas. Depois disso, passei a tomar cuidado, inclusive trago sempre alguma coisa de casa para comer. Não compro mais salgados em qualquer lugar. Aconselho que todos façam a mesma coisa. Eu quase morri”, declarou.

BOAS PRÁTICAS – A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa ), oferta o curso de boas práticas de manipulação em serviços de alimentação online. O curso tem como objetivo capacitar, apoiar e auxiliar os manipuladores de alimentos a aperfeiçoarem o controle sobre requisitos na categorização dos alimentos, reduzindo assim as doenças associadas ao consumo.

Em Roraima, instituições como o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae ) e Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) ofertam o curso, além das escolas profissionalizantes de ensino particular. (J.B)