As unidades de saúde do município de Pacaraima, ao norte de Roraima na fronteira com a Venezuela, devem ser as primeiras a serem vistoriadas pelo Conselho Regional de Enfermagem em Roraima (Coren) e pelo Sindicato dos Profissionais de Enfermagem do Estado de Roraima (Sindprer). A previsão é que os trabalhos iniciem ainda na primeira quinzena de março.
As duas entidades anunciaram na semana passada uma parceria para fazer um diagnóstico da realidade enfrentada pelos profissionais da categoria nos hospitais da Capital e dos municípios do interior do Estado. Há inúmeras denúncias sobre a falta de equipamentos de proteção individual, os chamados EPIs, de medicamentos, de insumos e materiais hospitalares na rede pública de saúde.
Conforme o presidente do Sindprer, Melquisedek Menezes, a situação nas unidades de saúde em Pacaraima tem se agravado devido à crise migratória. A estimativa da Polícia Federal (PF) é que aproximadamente mil estrangeiros entram no Estado diariamente pela fronteira, muitos deles com a saúde debilitada.
“Temos alguns municípios que daremos prioridades, como os fronteiriços. Pacaraima será um dos principais, devido à demanda e sistematização em termos de condições de trabalho, materiais hospitalares, escala de profissionais, medicamentos e tudo isso será aferido in loco”, disse.
Segundo Menezes, serão verificadas durante as vistorias diversas denúncias sobre as quais os profissionais fazem ao Sindicato. “Veremos as condições de trabalho, como estão sendo assistidos, se tem o equipamento de proteção individual para prestar boa assistência e toda essa parte de dimensionamento será verificada nas visitas aos municípios”, contou.
Após as vistorias, relatórios serão gerados e serão encaminhados aos gestores responsáveis pelas unidades, assim como para as secretarias municipais e secretaria estadual de saúde. “São demandas rotineiras que serão vistoriadas justamente porque é da nossa prerrogativa levar as informações as quais a categoria almeja. Nós como representante da maior classe da saúde fazemos isso como rotina para trazer o melhor atendimento tanto para o paciente quanto para o trabalhador, porque quando é assistida, a sociedade é melhor atendida”, destacou Menezes. (L.G.C)