Cotidiano

Você na Folha debate Exploração Infantil

Em Boa Vista, ver crianças e adolescentes pedindo esmolas em sinais de trânsito, virou rotina. Geralmente elas carregam cartazes com textos fazendo referências às necessidades atuais, como trabalho e dinheiro para comer. Nesse final de semana um casal de imigrantes venezuelanos foi preso sob acusação de exploração do trabalho infantil. A Folha foi às ruas saber a opinião das pessoas com relação a isso. Quais as medidas que você acha que deveriam ser tomadas com base nisso? Por quê?

Gabriel Oliveira, 23 anos, operador de máquinas (Foto: Nilzete Franco/Folha BV)

“Acho que isso se trata de uma falta de respeito com as crianças. Imagino a situação precária dos imigrantes, mas creio que eles devem trabalhar, assim como muitos estão fazendo. Acredito que eles usam as crianças como forma de sensibilizar as pessoas, fazendo que essas contribuam mais. Com isso, os pais acabam ganhando em cima da inocência da criança. Acho que as autoridades deveriam fiscalizar mais, e retirar essas crianças das ruas”.

Hugo Maia, 16 anos, estudante (Foto: Nilzete Franco/Folha BV)

“Vejo isso como algo errado, pois as crianças já sofreram com a saída do seu país de origem, para chegar aqui e ter que pedir esmola na rua. Acho que os pais deveriam arrumar algum outro jeito para sobreviver. Há alguns dias um imigrante estava procurando os filhos, pois eles haviam se perdido. Creio que eles deveriam cuidar dessas crianças, e não ser cuidados por elas. A maioria manda as crianças, pois as pessoas ficam com pena e acabam ajudando bem mais. Penso que o conselho tutelar deveria agir, levando essas crianças para serem cuidadas, e proporcionar uma orientação para os pais”.

Elisnaira Vieira, 24 anos, recepcionista (Foto: Nilzete Franco/Folha BV)

“Em minha opinião, isso não está certo, pois sabemos que não é aceito aqui no Brasil. Criança deve ter infância, deve ser cuidada pelos pais. Sei das necessidades dos venezuelanos, mas acredito que existam outras formas de garantir a sobrevivência sem ter que explorar as crianças. Acho que as autoridades deveriam impedir essa situação, e orientar os pais de que isso está completamente errado”.

Darlin Cruz, 24 anos, assessor (Foto: Nilzete Franco/Folha BV)

“Acho desnecessário. Entendo que a situação dos imigrantes seja realmente difícil, mas acho que outras medidas poderiam ser tomadas para garantir a sobrevivência. Em minha opinião, tudo bem eles estarem aqui no Brasil, no entanto, discordo com o fato das crianças estarem sendo usadas dessa forma pelos próprios pais. Esses menores já sofreram com a saída de seu lar, com a chegada em um país diferente, e isso só afeta mais o psicológico delas. Fica difícil dizer o que deveria ser feito para combater essa situação”.

Denise Braga, 52 anos, professora (Foto: Nilzete Franco/Folha BV)

“Essa é uma situação muito complexa, porque todos nós sabemos a situação que os imigrantes estão vivendo no momento. Geralmente essas pessoas não têm com quem deixar essas crianças, e com isso se aproveitam da presença dos menores para mexer com o emocional das pessoas. Isso tudo gera certa vantagem para os pais. Acontece que as crianças sofrem, pois além de estarem expostas ao sol, estão vulneráveis a todos os tipos de perigo. Também é complexo dizer o que as autoridades deveriam fazer, porque os nossos representantes não têm feito nem mesmo pelas crianças que sofrem esse tipo de abuso aqui no Brasil, imagine o que vão fazer com relação aos imigrantes, pois há vários se utilizando disso para ganhar dinheiro”.

Gleiciany Moura, 32 anos, auxiliar administrativa (Foto: Nilzete Franco/Folha BV)

“Fico triste quando vejo essa situação. Eu particularmente gostaria que fosse diferente, gostaria que houvesse mais fiscalização nas ruas, no entanto, não é isso que acontece. A situação realmente é complicada, pois essas crianças geralmente dormem nas ruas, e não têm onde ficar. Com isso, as pessoas acabam ajudando, pois se sentem tocadas emocionalmente. Por outro lado, sabemos que verbas federais foram investidas em abrigos, alimentação, entre outras coisas, no entanto, eles preferem agir dessa forma, e com isso fica complicado dizer o que deve ser feito. Não sabemos se ajudamos, ou se criticamos os pais, realmente ficamos sem saber o que falar a respeito disso”.