Cotidiano

Você na Folha debate Feminicídio

POLYANA GIRARD

Colaboradora da Folha

Boa Vista registrou durante a semana, em 48 horas, dois casos de feminicídio, ou seja, crime contra a mulher, com situações em que os companheiros foram os autores dos assassinatos. Apesar da legislação em vigor, com a Lei Maria da Penha, observamos que os casos de feminicídio continuam estampando as capas dos jornais locais e nacionais.  A Folha ouviu a população a respeito da morte e violência contra as mulheres.

Jussi Mara, 31 anos, professora (Foto: Priscilla Torres/Folha BV)

“Falta acolhimento às mulheres que estão sendo vítimas de violência. É viável que tenha uma casa de apoio direcionada apenas para as vítimas e que promova palestras que encorajem essas mulheres a denunciar seus agressores e assim evitar mortes”.

Maria da Penha, 49 anos, dona de casa (Foto: Priscilla Torres/Folha BV)

“Falta fiscalização após as denúncias. Muitas vezes, a mulher denuncia e recebe a resposta que ninguém pode se meter em briga de casal. Há casos em que a polícia chega até o local da denúncia e escuta a própria mulher retirando a queixa por medo. Não podemos minimizar a violência por medo!”

Cleonildes Gomes Pereira, 74 anos, professora (Foto: Priscilla Torres/Folha BV)

“As mulheres precisam de encorajamento para denunciar. É necessário acompanhamento dessas vítimas. Já ouvi muitas notícias de que a mulher fez várias denúncias, abriu vários boletins contra o agressor, mas ainda assim acabou morta porque não foram tomadas providências rigorosas. Motivos para agressões são injustificáveis!”

Aldemir da Silva, 21 anos, autônomo (Foto: Priscilla Torres/Folha BV)

“Geralmente, casos de violência contra mulheres acontecem por homens companheiros que se transformam no agressor. Algumas dessas mulheres vivem em situação opressora movida pela droga ou pelo excesso do álcool do homem e acham que a violência aconteceu por um momento da falta de lucidez”.

Sortel Romero Lopez, 41 anos, açougueiro (Foto: Priscilla Torres/Folha BV)

“Falta acompanhamento para mulheres sob a ameaça de agressão. Muitas vezes, o medo impede de procurar ajuda. A mulher receia que outros familiares também sofram violência. Falta um espaço que dê voz para as mulheres em geral e as incentivem a denunciar qualquer sinal de agressão”.