Você na Folha debate Obras Municipais

A Prefeitura de Boa Vista tem executado obras de mobilidade urbana em alguns pontos da Capital. O problema, segundo moradores de bairros da periferia, é que o investimento normalmente é aplicado nas áreas centrais. Atualmente a administração municipal está construindo calçadas na Avenida Ville Roy, enquanto moradores dos bairros periféricos não recebem a mesma atenção. A equipe da Folha foi às ruas saber a opinião da população sobre o tema.

Euner Gustavo, 17 anos, estudante (Foto: Wenderson Cabral/Folha BV)

“Não acho isso correto, no entanto, sabemos que essa é uma questão política. Não é certo dar prioridades para a classe média, enquanto a classe baixa fica sem os amparos básicos que o município deveria dar. Acredito que todos devem ser tratados de uma forma igual, sem privilégios para ninguém. Deveria haver uma distribuição de serviços por toda a cidade, pois é algo público, portanto pertence a todos”

Amanda Darles, 22 anos, estudante
(Foto: Wenderson Cabral/Folha BV)

“Não acho certo de forma alguma, mas é o que mais acontece. No papel tudo é muito bonito, mas a realidade mostra a situação real da cidade, inclusive, nas áreas pobres existem ruas que constam em documentos que são asfaltadas, enquanto na realidade nunca receberam nenhum tipo de pavimentação. Qualquer pessoa nota a diferença entre as áreas centrais e as periferias de Boa Vista. Acredito que a atenção deveria ser dada de uma forma geral”

Francisco Moura, 59 anos, autônomo
(Foto: Wenderson Cabral/Folha BV)

“O problema é que as autoridades querem fazer essas obras benéficas apenas nos locais onde existem pessoas com uma condição de vida mais estável, no entanto, isso não está correto. Da mesma forma que um rico paga impostos, o pobre também paga. O mínimo seria dar condições estruturais para esses cidadãos”

Jossenir Matos, 54 anos, aposentado
(Foto: Wenderson Cabral/Folha BV)

“Não concordo com essas atitudes do município de forma alguma. Um exemplo de obras realizadas dessa forma são as ciclovias que foram criadas em algumas áreas nobres da cidade, onde quase não são utilizadas, enquanto outras áreas necessitam, mas não possuem. Acho que deveria haver um estudo para todo tipo de projeto que fossem realizar, assim, talvez o município soubesse onde há necessidade, ou não para algo”

Sirley Betânia, 41 anos, autônoma
(Foto: Wenderson Cabral/Folha BV)

“Em minha opinião, isso não é correto. Acho que da mesma forma que a Prefeitura olha para o Centro, deveria olhar para a periferia, porque no meio disso tudo ninguém é melhor do que ninguém. Há certo dilema nisso tudo, algo que se parece com preconceito. As áreas nobres não devem ser mais valorizadas pelo serviço público do que as áreas pobres”

Catarina Carvalho, 15 anos, estudante
(Foto: Wenderson Cabral/Folha BV)

“Acho que esse tipo de serviço público deveria começar justamente pelas áreas periféricas, principalmente próximo a escolas, e somente depois fosse destinado uma atenção às áreas centrais, que em minha opinião está muito bem estruturada. O problema realmente é a periferia que geralmente não possui uma boa condição estrutural”