FABRÍCIO ARAÚJO
Colaborador da Folha
Homens, diferente das mulheres, que são incentivadas a frequentar o ginecologista desde a adolescência, não costumam ter este cuidado com a saúde e só passam a se consultar com o urologista por volta dos 50 anos, quando começam a se preocupar com a possibilidade de câncer de próstata. A Folha foi às ruas saber das pessoas o que elas acham desse comportamento do homem.
Cineide dos Santos, 45, auxiliar administrativa (Foto: Nilzete Franco/Folha BV)
“É uma cultura ruim porque quando o homem descobre que está com alguma doença, geralmente já está em uma fase muito avançada e para fazer o tratamento fica mais difícil. Acho que falta informações para os homens largarem esta cultura”
Elizania Guimarães, 28 anos, agente comunitária de saúde (Foto: Nilzete Franco/Folha BV)
“Na verdade temos uma cultura em que a mulher começa desde a infância a ser preparada e desde cedo há procura por médico, também durante a gravidez, então já existe um vinculo maior da mulher com a unidade de saúde. O homem também tem aquele preconceito e acredita que irá diminuir a masculinidade dele ou alguma coisa do tipo”
Analice Monteiro, 23 anos, estudante (Foto: Nilzete Franco/Folha BV)
“Os homens exigem muito das mulheres, pedem para que se cuidem e tudo mais, mas eles não se cuidam, para eles tanto faz. Se começassem a se cuidar cedo como as mulheres, metade dos homens que morrem não iriam morrer. Acho que é machismo da parte deles, outras vezes é por falta de tempo e tem aqueles que são sebosos mesmo”
José Henrique Freitas, 34 anos, técnico em refrigeração (Foto: Nilzete Franco/Folha BV)
“Eu acho que este comportamento é errado porque quando o camarada chega nessa idade e vai procurar já está com uma doença bastante avançada. Acho que existe essa resistência por preconceito e vergonha. Se houvesse mais incentivo, acredito que talvez os homens fossem mais ao médico”
Davi Peixoto, 32 anos, vigilante (Foto: Nilzete Franco/Folha BV)
“Acho que os homens não vão ao médico por machismo, eu mesmo sou um desses. Nunca fui ao urologista e nem penso em ir porque se for para morrer, eu irei morrer do mesmo jeito então não faz diferença, deixa morrer logo. Eu não sei o que me faria mudar de opinião, talvez uma doença”
José Coelho, 62 anos, técnico eletrônico (Foto: Nilzete Franco/Folha BV)
“O homem é mais descuidado mesmo do que a mulher. As mulheres estão sempre indo ao médico e há um descuido dos homens por causa do trabalho e outras preocupações e acabam se esquecendo de ir ao médico. Já a mulher não, ela está sempre ali em casa. Mas o homem precisa se cuidar mais”