Uma pesquisa aponta que 27% dos venezuelanos no Brasil já sofreram algum tipo de discriminação. Destes, o preconceito pela situação econômica foi sofrido por 7%, mas a xenofobia foi relatada por 89%. Os dados fazem parte da 7ª rodada da Matriz de Monitoramento de Deslocamento, desenvolvida pela Agência da ONU para as Migrações (OIM).
Os dados foram obtidos em mais de 1.350 entrevistas individuais com pessoas que representavam também seus núcleos familiares, entre os meses de novembro e dezembro de 2022. Desta forma, a pesquisa englobou mais de cinco mil pessoas, conforme a OIM. Confira a pesquisa completa aqui.
Além das rodadas em Roraima, a pesquisa sobre a população venezuelana também foi conduzida em Manaus e no Maranhão, com foco na população indígena da etnia Warao, além de duas rodas nacionais específicas sobre a população venezuelana indígena a ser publicada.
Esta rodada, além do fluxo migratório, foram levantadas informações sobre o perfil sociodemográfico dos venezuelanos estabelecidos no estado, incluindo dados sobre meios de vida, alimentação, moradia e saúde. A pesquisa é realizada no estado pela OIM desde 2017.
A pesquisa foi realizada com o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) e contou com o apoio da Pastoral dos Migrantes e da Secretaria de Estado do Trabalho e Bem-Estar Social (Setrabes) de Roraima.
“Para que possamos ajustar a atuação da resposta humanitária às necessidades de refugiados e migrantes são necessárias informações e evidências de qualidade. Isto contribui para que o MDS continue trabalhando incansavelmente para garantir a acolhida de migrantes e refugiados venezuelanos em sintonia com os princípios e seguranças do Sistema Único de Assistência Social”, afirmou Niusarete Lima, coordenadora do Subcomitê Federal para Acolhimento e Interiorização (SUFAI).
Entre os resultados obtidos, destacam-se:
PERFIL DEMOGRÁFICO
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50% homens, 50% mulheres;
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Idade média: 24 anos de idade;
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Escolaridade: 43% possuem o Ensino Médio completo;
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Raça: 62% se identificam como negros e pardos.
MIGRAÇÃO
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68% das pessoas viajaram em grupo;
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95% não querem deixar o Brasil;
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77% da população pesquisada possui autorização de residência no Brasil.
TRABALHO E RENDA
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83% da população ocupada está alocada em atividades no setor informal;
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54% recebiam benefícios sociais no momento da realização da pesquisa. Dessas, 81% recebiam o Auxílio Emergencial ou Bolsa Família;
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47% das pessoas entrevistadas enviam algum tipo de recurso para a Venezuela.
MORADIA
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78% residem em moradias alugadas;
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39% das pessoas entrevistadas afirmaram não ter assegurado um lugar para viver no mês seguinte.
SAÚDE
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59% relataram que alguém do seu domicílio, incluindo a si próprio, precisou de atenção médica nos últimos 3 meses;
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81% receberam atendimento de pré-natal no Brasil.