Em meio à pandemia causada pelo coronavírus, o governo do Brasil intensificou a assistência à saúde prestada a indígenas de todo o Brasil. Nesta segunda-feira (29), os Ministérios da Saúde e da Defesa iniciam a 5ª missão de apoio aos povos indígenas. Desta vez, a missão será nas terras Yanomami e Raposa Serra do Sol, em Roraima (RR). A região possui uma população de aproximadamente 75 mil indígenas.
Além de ampliar o atendimento aos povos indígenas da região, o Ministério da Saúde entregará quatro toneladas de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e insumos médicos para reforçar a assistência à saúde. São máscaras cirúrgicas, álcool 70%, avental hospitalar, luvas, toucas, protetores faciais, ivermectina, sulfato de zinco, ácido ascórbico, cloroquina, azitromicina, paracetamol, testes rápidos, etc. Os materiais serão transportados pela Força Aérea Brasileira (FAB).
Na 5ª missão interministerial, entre os dias 30 de junho e 5 de julho, 21 profissionais de saúde das Forças Armadas irão reforçar o atendimento aos indígenas da região, trabalhando junto às Equipes Multidisciplinares de Saúde Indígena, do Ministério da Saúde, que já atuam na região.
Atualmente, a região conta com 1.762 profissionais de saúde da Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI), do Ministério da Saúde, realizando o atendimento de atenção primária aos indígenas nas aldeias. São 1.037 profissionais no Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Yanomami e 725 no DSEI Leste de Roraima, atuando diariamente na região. São agentes de saúde e saneamento, agentes de combate a endemias, médicos, farmacêuticos, enfermeiros, psicólogos, nutricionistas, técnicos de enfermagem, entre os profissionais da área.
A expectativa é de que as equipes de profissionais de saúde da SESAI, junto aos profissionais das Forças Armadas, façam o atendimento a cerca de 3 mil indígenas em cinco Polos Base: Auaris, Waikás e Surucucu (Yanomami) e Frexal e Maturuca (Leste de Roraima).
Como medida de segurança para os povos indígenas, toda a equipe que compõe a missão realizou o teste RT-PCR (molecular) para Covid-19. O embarque só é permitido com o resultado negativo para a doença, após triagem realizada por profissionais de saúde. A missão tem previsão de retorno no domingo (05/07).
AÇÕES DE SAÚDE PARA COMBATE À COVID-19 NA POPULAÇÃO INDÍGENA
Desde janeiro deste ano o Ministério da Saúde vem implementando diversas ações de informação, prevenção e combate ao coronavírus para orientar as comunidades indígenas, gestores e colaboradores em todo o Brasil. Com a atual expectativa do crescimento de infecções pelo coronavírus no Brasil, os esforços do Ministério da Saúde, por meio da SESAI, juntamente com os 34 DSEI, têm sido redobrados para garantir a saúde dos povos indígenas.
A detecção e correção de possíveis problemas e a realização de novas ações, baseadas nos protocolos estabelecidos pelo Ministério da Saúde para o combate ao coronavírus, respeitando as especificidades dos povos indígenas, têm sido frequentes. O governo federal permanece trabalhando para atender aos quase 800 mil indígenas aldeados presentes em todo o País.
Para isso, vem orientando atenção máxima às equipes multidisciplinares de saúde indígena e demais profissionais que atuam para o cumprimento do Plano de Contingência Nacional para Infecção Humana pelo Novo Coronavírus em Povos Indígenas.
SECRETARIA ESPECIAL DE SAÚDE INDÍGENA (SESAI)
A Secretaria Especial de Saúde Indígena foi criada, em 2010, para assumir a gestão do Subsistema de Atenção à Saúde Indígena (SASISUS) e implementar a Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas (PNASPI), com um modelo diferenciado de atenção à saúde, com a oferta de ações de atenção primária nos 34 Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI).
A SESAI, do Ministério da Saúde, leva atendimento básico de saúde à quase 800 mil indígenas, que vivem em 6 mil aldeias, atendidas por 34 DSEI. Os indígenas atendidos pelos DSEI estão referenciados no Sistema de Atenção à Saúde Indígena (SIASI), um subsistema do Sistema Único de Saúde (SUS).
Cabe destacar que a gestão do SUS é tripartite, ou seja, compete à União, aos estados e aos municípios a prestação de ações e serviços de saúde. Desta forma, a oferta de saúde aos indígenas que vivem nas cidades é de responsabilidade das Secretarias Municipais e Estaduais de Saúde. Ao Ministério da Saúde e à SESAI compete levar atenção básica aos indígenas que vivem em terras e territórios indígenas.
Atualmente, são 14 mil profissionais de saúde atuando nos 34 DSEI, sendo mais de 8 mil agentes indígenas de saúde e saneamento. Os indígenas atuam como intérpretes e desenvolvem ações de educação e promoção da saúde nas aldeias.
Por Agência Saúde