Criada com o objetivo de aproximar de forma ágil e eficiente as mulheres vítimas de violência com os serviços realizados do Centro Humanizado de Apoio à Mulher (Chame), o Zap Chame, um número para orientações e denúncias via aplicativo WhatsApp, tem se tornado uma ferramenta importantíssima no combate à violência doméstica e familiar no Estado.
Em funcionamento há pouco menos de 15 dias, a ferramenta já contabilizou mais 30 atendimentos, desde orientações à formalização de denúncias. Conforme a psicológica da entidade, Lauany Leal, a alternativa foi uma maneira prática que a Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR) encontrou de fortalecer a autoestima da vítima, que muitas vezes tem receio em denunciar a agressão.
“O Zap Chame veio para somar no enfrentamento dessas problemáticas da violência doméstica familiar no Estado, porque justamente trabalha com o esclarecer das dúvidas dessas vítimas. Muitas delas têm algum tipo de receio em denunciar a violência, e o dever do Chame não é julgar ou prejudicar a imagem de ninguém, mas sim dar toda a condição para que essa mulher se sinta segura. Com a autoestima elevada, ela se fortalece e não aceita sofrer qualquer tipo de violência”, afirmou.
Dados do próprio Chame apontam que somente no primeiro trimestre desse ano, foram registradas 199 orientações a mulheres vítimas de violência, sendo que 146 delas precisaram passar por acompanhamento jurídico; 97, psicólogo; e 114, social. O aumento foi de 40% em relação ao mesmo período do ano passado.
“O aumento da violência psicológica é proporcional, porque é difícil uma mulher que sofre violência moral não ter a sua autoestima prejudicada. Não tem como a gente separar uma violência sexual de uma violência psicológica. Todo o tipo de violência traz danos ao psicológico da mulher”, frisou.
Lauany explicou que, a partir do momento que a vítima chega ao Centro, ela passa a ser atendida por uma equipe multidisciplinar, composta por um advogado, uma psicóloga e uma assistente social. Cada um dos profissionais realiza escutas qualificadas para detectar qual o tipo de ajuda será realizada.
“Constatado que essa mulher está sofrendo algum tipo de transtorno psicológico ou estresse pós-traumático, a gente faz até quatro atendimentos de fortalecimento de autoestima e motivação, podendo essas atividades serem desempenhadas por nós ou pela rede de apoio, que inclui os CAPS, CRAS, Creas e UBS. A gente tenta preparar essa mulher para que, no dia da audiência de conciliação com o agressor, ela possa estar psicologicamente preparada para decidir o que será bom para sua vida futuramente”, informou.
O Zap Chame funciona 24 horas por meio do número 98805-4794. Qualquer tipo de denúncia poderá ser transmitida sem nenhum problema, podendo o denunciante optar pelo anonimato. Já os atendimentos do Chame funcionam de segunda a sexta-feira, das 8h às 18 horas, na rua Coronel Pinto, 524, Centro. O telefone para contato é 3623-2103. (M.L)