Essequibo: Guiana está pronta para se defender das ameaças de Maduro, diz líder

Chefe das forças armadas guianenses assegurou que homens e mulheres permanecem vigilantes e continuarão assim

O chefe da GDF da Guiana, brigadeiro Omar Khan (Foto: Reprodução)
O chefe da GDF da Guiana, brigadeiro Omar Khan (Foto: Reprodução)

O chefe da Força de Defesa da Guiana (GDF), brigadeiro Omar Khan, afirmou que a GDF está pronta para defender o País contra ameaças de um “vizinho cada vez mais instável”. Embora não cite nomes, a declaração é uma clara referência à Venezuela, governada pelo ditador Nicolás Maduro.

“Em meio a todos os desafios, as constantes e inescrupulosas reivindicações ao nosso território de um vizinho cada vez mais instável apresentam um perigo claro e presente muito perto de casa”, disse Khan durante a sessão de abertura da conferência anual de oficiais da GDF.

Diante do presidente guianense Irfaan Ali, ele assegurou que homens e mulheres da GDF permanecem vigilantes e continuarão assim. “Não temos intenção de agir de outra forma”. O brigadeiro expressou confiança em seus liderados para garantir a defesa do território de forma eficaz.

Desde 2023, Maduro tem ameaçado anexar a seu País o território de Essequibo, que representa 75% do território guianense e contém reservas de petróleo que passam de mais de 10 bilhões de barris. No mesmo ano, um referendo demonstrou que a maioria dos venezuelanos é favorável à ideia – e em 2024, o ditador promulgou a anexação.

No auge das tensões, a Corte Internacional de Justiça (CIJ) proibiu a Venezuela de fazer qualquer ação que mude a atual situação da disputa enquanto se aguarda uma sentença sobre o caso. Além disso, Maduro e o presidente guianense assinaram um acordo para não usar a força durante o litígio.

Apesar disso, a tensão não foi completamente controlada. A Guiana, com um Exército 20 vezes menor que o do vizinho, precisou recorrer a aliados, como o Reino Unido, que enviou um navio de guerra para o País. Em resposta, a Venezuela chegou a mobilizar o Exército na fronteira.

A Venezuela, por exemplo, foi acusada de descumprir acordos ao concluir, por exemplo, uma ponte que liga o País à ilha de Ankoko, que fica em uma área que pertence à nação guianense. Neste ano, o Governo Trump confirmou o apoio americano à Guiana na controvérsia que dura mais de 100 anos.

Historicamente, a Venezuela considera ter direito a Essequibo por meio do Acordo de Genebra de 1966, o qual reconhece o direito do País sobre a área. Já a Guiana defende seu território integral, com base em uma Sentença Arbitral de 1899.